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Suécia: Um comentário em torno dos recentes tumultos em Rinkeby, Estocolmo

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(Retrato dos tumultos do ano passado no mesmo subúrbio)

Sob o manto do espectáculo mediático montado à volta dos tumultos do início do verão de 2013 – nos subúrbios de Estocolmo, com epicentro em Husby – esconde-se a constante tensão social existente nas zonas segregadas da Suécia (ver Tensão Social e intervenção anarquista na Suécia, em Avalanche nº 2, pág. 23).

Rinkeby, um subúrbio nas vizinhanças de Husby, fez elevar a temperatura outra vez; desta vez, só se propagou ao subúrbio vizinho. A 23 de Julho de 2014, em Tensta, subúrbio de Estocolmo, houve uma perseguição a um carro que terminou num choque; quando a bófia fez uma detenção, a situação transformou-se numa escaramuça. Pouco depois deste incidente, houve outra perseguição a um carro que terminou perto do centro de Rinkeby, em Estocolmo ocidental. Quando a bófia tentou rebocar o carro, encontraram-se no meio de uma tensão tão grande e agressiva que abandonaram a zona. Uma hora mais tarde, o carro foi incendiado. O carro de bombeiros chegou, seguido pela polícia para sua protecção; a bófia foi imediatamente atacada com pedras e decidiram sair dali. Regressaram pouco depois – desta vez com carros seguros, por causa doutro carro em chamas – mas foram atacados tão brutal e massivamente que recuaram pela terceira vez. A continuação das hostilidades assumiu a forma de vários carros em chamas, assim como motos e até mesmo edifícios. Na noite de 23 para 24, irromperam tumultos em Rinkeby; uma pessoa acabou presa e várias outras interrogadas e depois libertadas. Na noite de 24, alguns carros foram incendiados mas não houve confrontos. Na noite seguinte, 25 de Julho, houve novamente carros em chamas, dessa vez também em Husby.

A media aprendeu com o crescendo do ano anterior – advertidos pela bófia para não reportar e exagerar acerca dos tumultos – e por isso há apenas meia dúzia de artigos relacionados. Na sua cobertura, foi dada apenas a perspetiva das asquerosas criaturas dadas pelo nome de assistentes sociais, da bófia e “pessoas que vivem lá”.  E onde, no ano anterior, estavam as vozes mais radicais e ruidosamente envolvidas em discussões públicas, agora não havia espaço para tais perspetivas.  Às/aos assistentes sociais e às chamadas “pessoas que ali vivem” (claro, pessoas cuidadosamente escolhidas que querem lamber o cu das autoridades até este estar reluzentemente limpo, e não a maioria dos residentes) foi dado espaço para expressarem o seu ódio pela desordem, a anarquia e a destruição, e o seu amor pela bófia,  a ordem e a democracia.

Porém, o que é interessante a nível nacional é os tumultos irromperem nas zonas segregadas, agora e antes. É algo que não é de todo incomum. Em Araby, Växjö, em Gottsunda, Uppsala, em Bergsjön e Hammarkullen, Göteborg, etc… Não está em causa o motivo pelo qual os distúrbios ocorrem nas zonas mencionadas. A parte mais pobre da população vive aí, fora da lei e proscritos vivem aí, pássaros de prisão e portadores de desordem mental vivem aí, e a população está a engrossar com um número crescente daqueles que não se encaixam na normalidade repugnante dos “Svensson” (apelido vulgar em sueco), e cada vez mais pessoas que estão em busca de refúgio da guerra e desastres – em parte criados com as armas produzidas pela Bofors e outras empresas suecas de fabricação de armas – acabam aí.

As tensões suburbanas não parecem declinar ou diminuir, muito pelo contrário: o terreno fértil para as alianças dos ameaçadores – da – sociedade e as possibilidades  de expansão dessas tensões serão um potencial como nunca antes.

Do que é que estamos à espera?

Atacar e rejeitar a autoridade, agora e sempre!

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