O que queremos deste 1º de Maio:
Pelo quarto ano consecutivo lançamos uma chamada a uma mobilização anti-capitalista e anti-autoritária no 1º de Maio. As razões pelas quais convocámos em 2010 são ainda válidas hoje: a necessidade que temos de recuperar este dia como um dia de combate, de homenagem aos caídos nesta Luta Social, de revolta contra a ditadura financeira, a exploração humana, a destruição da Terra e dos territórios; e contra a existência do Estado , qualquer que seja o seu regime, instrumento que será sempre o garante dos privilégios das desigualdades e injustiças, e nunca um “protector dos mais fracos e garante dos direitos iguais” como sonham os utópicos do “Estado Social”.
De conseguir comunicar estas ideias e partilhá-las em forma de frases, faixas, acções e panfletos distribuídos durante as manifestações; passámos também a ter que nos organizar para assegurar uma eficaz auto-defesa da manifestação como uma resposta inevitável face aos acontecimentos de 2011. Esse esforço no ano de 2012, necessário perante a ameaça de violência policial apoiada pela provocação dos fascistas em “celebrar” o 1 de Maio em Setúbal, acabou por minimizar em muito o sucesso dessa comunicação e partilha de informação desejada, ainda que tenhamos contado com a participação e solidariedade de um grande número de gente, o maior até então.
Assim que, por todos estes motivos e pela necessária reflexão que isso nos provoca, apelamos em 2013 para que de uma forma individual ou colectiva, os participantes deste 1º de Maio tragam em maior número possível os seus próprios materiais, de folhetos, faixas, bandeiras, palavras de ordem… para assim aumentarmos em quantidade e qualidade os momentos em que, sem compromissos com o poder e a autoridade, tomamos as ruas e nos encontramos com estranhos e conhecidos, construindo, entre todos, este dia.
Queremos proporcionar também no final da manifestação um momento com microfone aberto, música, troca de informação, e o que mais cada um quiser.
E pronto… também gostávamos de voltar para casa e dizer: “filho. o capitalismo acabou”, mas sabemos que isso vai muito para lá de manifestações, implicando a dedicação e empenho de uma luta a que os tempos que correm duplamente nos impedem de assumir mas nos obrigam a travar.
Contudo somos cada vez mais e com menos a perder.
Terra Livre
Setúbal 28 de Abril de 2013