Na madrugada de sábado 16, para domingo, 17 de Novembro, quando regressava a casa, vi na entrada, pintadas, as seguintes palavras: “Kalaitzidis : Grammos–Vitsi” com a cruz celta e as iniciais X.A. [Chrissi Avgi, em grego], que significa o partido neonazi Amanhecer Dourado [Grammos e Vitsi são duas montanhas ao norte da Grécia onde o Exército democrático da Grécia (DSE) sofreu grandes baixas nas batalhas de 1949, quando a lª Guerra Civil grega já tinha terminado, em termos militares].
É óbvio que os amanhecer-douradistas que escreveram as palavras ameaçadoras, não encontraram sózinhos a direção da minha casa mas sim através de alguém da polícia que a forneceu. Tenho de fazer um parêntesis aqui, para acrescentar que horas depois, isto é na manhã de 17 [data do 40 º aniversário da rebelião da Politécnica], homens dos corpos de segurança da polícia detiveram-me – no contexto das detenções preventivas prévias à manifestação – tendo-me conduzido à sede da Polícia de Atenas, onde fiquei detido, durante 7 horas. Recordemos que, em Novembro de 2012, o Centro Social VOX, okupa de Exarchia na qual participo, realizou um evento com vista a organizar a criação de politofilakés [milícias] anti-fascistas nos bairros. No dia dessa assembleia aberta, o parlamentar do Amanhecer Dourado Lagos [que agora se encontra em prisão preventiva] apresentou uma pergunta no Parlamento sobre o evento, acusando as autoridades de “permitir que passe”.
Após o último incidente, o da pintada acima mencionada, na parede da minha casa, fica claro que os fascistas apontam na minha direção. Declaro, pois, passe-se o que se passar, que as autoridades policiais, que facilitaram a minha morada aos neonazis, são diretamente responsáveis.