22 de Maio. Toma lá dá cá.
Temos certeza que não chegamos tarde para as comemorações do 1° de abril de 1964. Aí está nosso presente, singelo, a todos militares e apoiadores (quem cala consente) de 64 que muda de nome, ou forma, mas não acabou. Trouxemos nossa contribuição pela memória combativa, não apaziguadora, nem com os militares, nem com a democracia.
Que estas labaredas iluminem e tragam um sentido de solidariedade com o povo do Haiti que sofre a mais de uma década uma ocupação pelo exército brasileiro, empresários, ONU.
Dentre muita merda o processo da ditadura militar conseguiu transformar suas gerações de jovens em uns bundões dementizados pela censura, pela escola, tv, modas, futebol, pela pobreza. Vemos com tristeza que são reacionários, ou melhor, bons cidadãos, fizeram suas escolhas. Dos críticos de ontem a adesão ao sistema de dominação, é bem dizer total.
Hoje através da democracia é possível manter o domínio sobre as pessoas com o consentimento delas onde cada pessoa se sente participando do jogo político, decidindo, ora o voto não decide nada, quem decide ri e se diverte.
A civilização moderna atingi um gigantesco nível de devastação da terra, das águas e de toda vida que habita este planeta. E o resultado desta lógica doentia de entender que tudo existe para servir algum ser humano e ser transformado em dinheiro: as profundezas da terra, o m², a água, as arvores e a vida de cada animal (te inclua ai). Esta incapacidade em entender que o ser humano é somente mais um grão do complexo ecossistema no qual habita e não o centro, é a raiz de onde se derivam uma enciclopédia de desequilíbrios. Tão estúpidos como cagar onde se bebe água.
A tecnologia é desenvolvida para melhor atender os interesses desta lógica. Acreditar na neutralidade da tecnologia é como acreditar na neutralidade de um policial ou de um juiz. As tecnologias favorecem descaradamente o domínio, o controle, a obtenção de lucros. Hidrelétricas, indústrias, agronegócio, microships, câmeras de vigilância, transgenia, biometria, mundo virtual das redes sociais. As novas gerações serão ainda mais obedientes e manipuláveis?
O futuro da tecnologia cheira a ficção científica. Seria melhor, talvez, que estas palavras nem fizessem sentido mas infelizmente fazem.
Nós decidimos não ficarmos calados sentados de frente para a tv ou navegando nas redes sociais, apaziguados nas misérias da vida, amansados no consumo, nos acovardando por traz de slogans ou aparências.
Decidimos dar guerra a quem destrói a terra, a quem nos destrói.
Ataque, incendeie, sabote pixe, exproprie, não se renda, todos temos capacidades contribua com as tuas.
Um salve aos dez encapuzados que apedrejaram o consulados brasileiro em Berlim e também aos milhares que deram guerra contra a copa do mundo, FIFA, desde o ano passado nas ruas do Brasil. Bela atitude de escrachar o delegado torturador do dops Pedro Seelig em sua residência em um edifício térreo na rua Barbedo no bairro Menino Deus em Porto Alegre.
As dez viaturas incendiadas no pátio do quartel da policia militar não foi “fogo amigo”. Causou graça a policia militar prender por 48 horas seus soldados os acusando de tal ato e mais ainda sua soberba em declarar que ninguém que não fosse militar poderia ter cometido tal ato de audácia. Declaramos que não somos amigos da policia. O incêndio misterioso foi pelo que a policia é e para que e quem ela serve.
É um sabor flambado de vingança por Fabricio Prometheus [Fabrício Proteus Chaves], Rafael Vieira, pelos três ativistas sequestrados pela policia civil DRACO de Goias na “operação 2,80”, por Amarildo, por toda juventude anônima da Cruzeiro, da Bonja, da Maré assassinada e sequestrada ontem e hoje.
De nossa parte não vai ter copa, vai ter revolta.
E como dizia um comunicado anônimo de março de 2014 Guera é Guerra : “Esta guerra não começou em junho de 2013 e não vai terminar na copa do mundo.”
Força na luta Kaigang que defende suas terras ancestrais.
Vândalos Selvagens Antiautoritários
Para que a madrugada de 22 de maio mantenha-se viva em nossa revolta.