Em 24 de junho de 2011, a polícia peruana matou pelo menos seis manifestantes e feriu mais de 30 pessoas durante uma manifestação contra a contaminação do rio Ramis pelas minas estabelecidas em Juliaca, no sul do Perú.
Por volta das 11h, os moradores bloquearam a estrada que conduz ao aeroporto da cidade e tentaram entrar no seu perímetro. As armadas forças repressivas da Polícia Nacional e, em particular, os comandos de DINOES (unidade de operações especiais) abriram fogo contra a multidão.
Cerca das 12 h eram relatados os primeiros tiros fatais tendo o tiroteio pelos assassinos uniformizados continuado até ao fim da tarde, deixando mortos: Víctor Campos Huanca, Felix Edwin Irpanoca Turpo, Raúl Cancapa Huaricallo, Petronila Coa Huanca, Gregorio Huamán Mamani e mais uma pessoa que ainda não tinha sido identificada.
Os confrontos entre moradores e polícias continuaram até à noite quando se concentrou um grande número de manifestantes no centro da cidade, tendo estes atacado centros comerciais e outros alvos capitalistas.
Os moradores estão com medo que a polícia peruana tenha feito desaparecer, mais uma vez, cadáveres de manifestantes mortos e que o número total de mortos seja ainda maior.
Os media do regime tentaram justificar a polícia e os políticos que os comandam, apresentando os manifestantes como bandidos e violentos. A verdade, no entanto, é bem diferente. O Estado Peruano e os seus executores são culpados de incontáveis crimes contra a natureza e a humanidade. No contexto da sua grande cooperação com empresas multinacionais de extracção de petróleo e gás, bem como com mega – empresas de projectos de infra-estruturas para o “desenvolvimento” na América Latina, contribui sistematicamente para a catástrofe da Amazónia, para o envenenamento dos povos que vivem no território do Perú assim como para a expulsão e definhamento das comunidades indígenas isoladas das suas terras tradicionais.
Quando o saque da Amazónia e a pilhagem dos seus recursos naturais e humanos encontram um travão, quando realizados através de escavação e perfuração, é o conveniente assassinato de manifestantes o meio que utilizam.