Konti, uma filial da multinacional produtora de aço da ArcelorMittal, já deixou claro que a crise é uma oportunidade importante para os patrões e que vão usá-la até à exaustão. Com a desculpa comum da crise vão colocar os trabalhadores num dilema claro e também de chantagem: para além de dispensas temporárias de todos os funcionários por três (2 + 1) meses, continuarão com a ameaça de que se eles não aceitarem a dispensa de 60 trabalhadores, a fábrica iria fechar.
O sindicato dos trabalhadores da KONTI reagiu e está orgulhoso. A mobilização começou de imediato, negando-se a ceder a tais chantagens.
Informaram toda a cidade, apelaram a assembléias abertas (a partir das quais se criou o Comitê de Luta que funciona como uma assembléia, incluindo os trabalhadores esquerdistas e alguns anarquistas), grupos foram criados para salvaguarda da mobilização fora da fábrica, e também uma intervenção informativa no desfile nacional e, finalmente, na segunda-feira, 1 de novembro, uma manifestação no centro da cidade de Volos.
Cerca de 300 pessoas participaram e à cabeça do protesto iam as famílias de alguns trabalhadores com bandeiras. Sentia-se que as pessoas estavam com raiva. Foram andando por toda a cidade, ao contrário da habitual caminhada curta das passeatas dos sindicalistas “oficiais”.
Alguns dos slogans gritados: “Acabar com o Parlamento – KONTI continuará a trabalhar”, “Vamos fazer como na França, greves que duram muito tempo”, “a auto-organização dos trabalhadores será a cova dos patrões“, “não a mais ilusões com eleições ou com os trabalhadores”.
Um fato interessante foi o de que apesar da manifestação ter sido organizada há muito tempo, o partido comunista organizou para a mesma data e hora a sua própria concentração pré-eleitoral, num local próximo. Por causa disso, os trabalhadores na sua última assembléia estiveram relutantes ao partido comunista.
Um segundo fato interessante é que durante a concentração e pouco antes da manifestação, os trabalhadores não quiseram qualquer discurso por parte dos sindicalistas ou do partido comunista, que no final não os houve.
“Não vou chorar, não vou ter medo, vou sair para a rua e lutar” – outro slogan da manifestação.