– No âmbito da chamada por um Dezembro Negro.
– Dois anos após a morte em combate do anarquista Sebastián Oversluij.
– Aos/Às Rebeldes Subversivxs, Revolucionárixs, Anarquistas e Anti-autoritárixs que lutam pela destruição de toda a forma de Poder e Autoridade em todo o mundo.
Queremos recordar a beleza de se paralisar o espaço-tempo social, através de pequenos ou maiores curto-circuitos sociais. Queremos recordar quão perigosa a anarquia é, quando quer. Por um Dezembro Negro – Nikos Romanos, Panagiotis Argirou.
Vinda das prisões gregas – da resistência diária nas entranhas da besta da sociedade prisional sob constante ameaça de perturbação das normativas – germina uma chamada pela memória da instabilidade da paz social; essa chamada convida-nos a transformar esse relembrar especial numa iniciativa que se multiplique nas muitas formas de ataque antagónico e anti-autoritário, que se propague na ação que transborde a teoria, sem deixar espaço para desculpas ou letargia.
Os companheiros desenvolveram a ideia de gerar este contexto amplo de coordenação para o mês que se avizinha [Dezembro], para além dos idiomas e fronteiras. A guerra anarquista não pára seja qual for o território, portanto é essencial demonstrar com fatos o internacionalismo, a solidariedade ativa/ combativa, a memória iconoclasta e os nossos valores e princípios anárquicos – os que entendem uma vida dedicada à destruição de todas as formas de domínio visando a libertação individual e coletiva.
“Acreditaram que aquelas esperanças que ansiaste tinham sido sepultadas com o teu corpo crivado sob as balas mercenárias de um peão miserável do Estado/ Capital, mas estavam enganados numa só coisa: A nossa ideia de liberdade não morre. Nós irmanamos-nos com cada forma de propaganda que utilizaste, valorizamos a tua entrega total e completa e é isso o que estamos a reivindicar hoje “. Com lágrimas nos olhos, com os punhos cerrados. Final de Dezembro de 2013. Santiago, Chile.
Recordamos aqui o companheiro anarco-insurrecionalista e nihilista Sebastián Seguel Oversluij, caído em combate durante uma tentativa de expropriação de um Banco Estado na comuna de Pudahuel, Santiago, Chile, a 11/12/ 2013. O companheiro entrou no banco anunciando o assalto, enquanto desembainhava uma metralhadora sendo morto nesse mesmo momento pelo guarda de segurança, o qual contava com um longo historial de missões militares e de treino. O compa, antes de morrer, lança uma rajada que infelizmente não consegue atingir William Vera, o assassino bastardo a soldo.
Já se passaram 2 anos desde a caída em combate do nosso companheiro mas a sua memória rebelde continua, mais viva do que nunca – atividades e relatos dxs seus/suas próximxs espalharam-se como uma praga, trazendo ao presente um companheiro que não o foi só nessa manhã. O companheiro participou tanto com a sua música combativa como em okupações, centros sociais, atividades anti-autoritárias e, é claro, não estava afastado da ação violenta contra o poder.
Tanto este Dezembro Negro como as nossas contribuições com base na ação são para ti, também…
“(…) Quando participamos hoje em dia nos motins, nas lutas nas universidades e/ou com as populações, saímos à rua com uma ação e discurso claros, longe da crítica de sofá, da auto-complacência e da mísera arrogância – apostamos no conflito permanente contra o Estado-Capital, esse é o nosso objetivo e avançamos segurxs nestas estradas difíceis de luta anárquica“.
Grupo Anarquista Coordenado – GAC. 05/11/2015.
Com o passar do tempo e através das experiências que vamos construíndo, fomo-nos dando conta de como é extremamente importante a nossa acção-discurso serem claros, longe das críticas infelizes que se transformam somente em retrocessos e não são de modo algum contribuições à luta anti-autoritária – por isso mesmo, acreditamos que temos de defender os nossos valores, os nossos princípios rebeldes, a nossa projeção de insurreição, de forma a ter na mira os objectivos e os levar à prática, porque acima de tudo queremos e apostamos no conflito.
Façamos-nos parte da chamada pela propagação de focos de perturbação da normalidade capitalista, pela sabotagem nas suas múltiplas formas, através do constante ataque a cada símbolo de dominação, às suas instituições e aqueles que dão as suas vidas para os defender. Formemos todos parte desta chamada pela defesa da reivindicação da memória combativa dxs nossxs irmãos e irmãs mortxs ou prisioneirxs no desenrolar da guerra social seja qual for o lugar do mundo. Ampliemos tensões com vista à autonomia e à proliferação de práticas horizontais, multipliquemos as redes de apoio e de solidariedade entre afins, façamos-nos cobrar por um quotidiano em constante conflito, através de ideias e práticas libertadoras – as que não têm cabimento para os defensores desta sociedade, sociedade de confinamento, prisão, tortura e morte.
Continuemos compas, avancemos até à libertação total, até à anarqua…
Com xs nossxs irmãos/irmãs sequestradxs nas prisões do poder e com xs nossxs clandestinxs que burlam as polícias no Chile, Grecia e no resto do mundo…
Com xs nossxs irmãos/irmãs mortxs no Chile e Grécia: Heriberto Salazar, Christos Kassimis, Christos Tsoutsouvis, Michalis Kaltezas, Norma Vergara, Claudia López, Jhonny Cariqueo, Alexandros Grigoropoulos, Mauricio Morales, Lambros Foundas, Pavlos Fyssas, Sebastián Oversluij, Jorge Saldivia, Javier Recabarren, Spyros Dravilas e tantxs outrxs…
A PREPARAR UM DEZEMBRO NEGRO EM TODA A PARTE DO MUNDO
SEBASTIÁN “ANGRY” OVERSLUIJ PRESENTE
NA MEMÓRIA INSURRECIONALISTA
ESTÁ NA ALTURA DE SE MULTIPLICAR E POTENCIAR O ATAQUE
CONTRA TODA A FORMA DE PODER E AUTORIDADE
Célula Incendiária Sebastián Oversluij
Banda Organizada Mauricio Morales
Manada de Choque Anárquica Heriberto Salazar
Alguns/algumas Anarquistas pela Solidariedade Revolucionária
Manada Selvagem de Animais Incivilizadxs “Contra o Cimento”