Segue-se o comunicado reivindicativo e alguns comentários, publicados a 4 de Janeiro de 2016:
Na noite de 17 para 18 de Dezembro colocámos una bomba (com 8 kg de pólvora) na “escola” da polícia de Brescia. Uma ação simbólica para causar dano material. Escolhemos esta hora do dia para não causar ferimentos nas pessoas de forma indiscriminada. Inauguramos, através desta acção, a nossa projetualidade de ataque anárquico como Célula Anarquista Acca (C.A.A), afins da Internacional Negra, juntando-nos à chamada de ação por um Dezembro Negro.
Juntamos-nos a esta via porque:
– Gostamos da ideia de uma coordenação internacional de anarquistas, utilizando a ação direta.
– A nossa ideia de “cumplicidade” vai muito para além de grupos e grupúsculos.
– Utilizamos os meios que consideramos oportunos em cada momento, com vista ao crescimento da ação, em cada detalhe. Neste sentido, o dano material neste ato foi nulo, mas é importante armar a nossa organização – sobretudo agora que sentimos uma grande resignação entre xs anarquistas de Itália.
Atacámos um dos braços armados do Estado. Nesta “escola” são instruídos os esbirros de toda a Itália e de outros Estados. Isto é, inclusive, um pequeno sinal contra a guerra.
Soladizamos-nos com as pessoas que lutam contra os Estados e o Capital. Os nossos pensamentos estão com xs tantxs compas reprimidxs, detidxs, torturadxs ou assassinadxs no presente ou no passado. Em solidariedade com todxs xs presxs que lutam.
É um pequeno sinal de cumplicidade com as pessoas confinadas: a Alfredo por disparar contra Adinolfi, a Chiara (anarquista NO TAV) pelo ataque às obras do TAV [em Chiomonte], a Nicola Gai que juntamente con Alfredo aleijou o administrador da Ansaldo – e isso era o mínimo que merecia – a Nico, anarquista NO TAV…
A Mónica e Francisco que com sensatez e dignidade resistem nas prisões espanholas.
A Tamara Sol que mostrou como se vinga xs compas.
A Nikos [Romanos] pela sua contribuição sensível e humilde para uma chamada à luta.
Axs compas da CCF.
Axs compas que lutam, dentro e fora das prisões.
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Resposta ao texto intitulado “Sotto pressione [Sob pressão]” [publicado a 18/12/2015]
A motivação principal da ação não é a pressão que leva à explosão mas sim a paixão ilimitada que liberta.
Não foi isso que nos fez armarmos-nos naquela noite em Brescia: Foi a paixão de tentar libertar-se da exploração, a de uma vida digna de ser vivida, a da liberdade.
São paixões e desejos transformados em ação, alguns dos mais maravilhosos gestos da vida perante a banalidade do espectáculo. Foi esta a paixão ilimitada que explodiu naquela noite, em Brescia.
As perguntas que fazemos a quem escreveu aquele texto são:
As ações não falam por si mesmas?
Porque estão a falar agora das ações?
Não gostámos de ler “esta é a pressão que explode na noite em Brescia” referindo-se a esta ação, ainda que se tenha feito isso de “boa fé”. Não o vivemos assim.
As ações em si não falam sempre por si mesmas e esta é a prova.
Célula Anarquista acca
fonte: Informa-azione via Croce Nera Anarchica
em espanhol