Comunicado recibido a 19/10/2018:
Na madrugada do dia 5 de Outubro, um explosivo foi abandonado na porta do prédio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo. Às vésperas das eleições, aparentemente nenhum veículo da mídia corporativa ou órgão do governo noticiou este caso. Isto porque o medo imposto pela democracia ao longo de seu regime autoritário é seletivo, mas não o suficiente para atingir os núcleos da guerrilha urbana. Portanto, este comunicado procura esclarecer a finalidade deste ataque.
O processo civilizatório avança nos territórios dominados pelo estado brasileiro. Dessa vez, em Paranapiacaba, a empresa Fazenda Campo Grande pretende construir o Porto Seco, devastando a natureza selvagem e a vida animal naquele território originário. O responsável pelo projeto que irá desmatar 910 mil m2 de Mata Atlântica Nativa, o bastardo Jael Rawet, conta com o aparato do Estado para “integrar” os modais viário e ferroviário e assim aumentar seus lucros estimulando o transporte de cargas.
O território denominado como Vila de Paranapiacaba começou a ser devastado desde muito cedo. Ali se assentou violentamente toda uma importante infraestrutura econômica que ainda na metade do século XIX era fundamental para a indústria do café. A construção da antiga ferrovia ainda ativa foi banhada de sangue indígena e mais tarde apagada com histórias heróicas de europeus que pretensamente ocuparam essas regiões. A modernidade é assassina!
Hoje, para este tipo de edificação, os mesmos exploradores ocidentais de ontem, que invadiram as terras indígenas seguem destruindo-nas. Para certificá-los, o Estado favorece mecanismos que viabilizam seus negócios. A “Secretaria do Verde” é uma dessas estruturas responsáveis por concessões do tipo. Através delas, vermes como Rawet conseguem, através do sistema de licenciamentos ambientas, expandir suas indústrias em terras que não os pertence para finalmente continuar a colapsar o meio ambiente de forma ética e gestionada.
Se o colapso é iminente, então a ofensiva é permanente. Enquanto nós vivermos, seremos os caóticos desastres naturais em carne e osso. A única reivindicação deste comunicado para além do atentado é pela hostilidade contra a dominação; eis o antagonismo que o Estado pretende esconder.
Este foi apenas o primeiro ato entre outros a seguir. Não haverá paz para os inimigos da natureza selvagem sejam lá quais forem. Serão sempre responsáveis pela manutenção da ordem predatória juntamente à horda de obedientes que compõem a sociedade. Chega de passividade! O genocídio de populações indígenas e ribeirinhas não mais se esconderá confortavelmente na sombra do “progresso” e “desenvolvimento”, ideais defendidos em prol do funcionamento das máquinas por todos os políticos e secretários municipais sejam de esquerda, sejam de direita!
CONTRA O PORTO SECO EM PARANAPIACABA!
VIVA A GUERRILHA URBANA!
Anarquistas.