Na madrugada deste sábado, 11 de dezembro, as máquinas da empresa – que tinha sido contratada para realizar os trabalhos de construção do aterro sanitário na área de Keratea (província de Ática) – se dirigiram ao futuro lixão com a intenção de começar as obras, sob a proteção de numerosas forças de seguranças.
Por volta das 3h30, o empregador em plena colaboração com as forças de repressão apareceram na área, esperando chegar a tempo e ocupar o terreno, antes que chegassem os moradores da região.
No entanto, eles foram capturados pela população local (que patrulhava o lugar em turnos) e, em seguida, apesar das péssimas condições de clima, muitas pessoas foram para o lugar com o objetivo de impedir e cancelar este trabalho.
Há que mencionar que, segundo suas próprias leis, a construção do aterro é ilegal porque a área foi declarada como um local de interesse turístico e área natural de beleza especial.
Então, a situação explodiu, e os policiais investiram contra o povo que estava concentrado e empregando grande uso de produtos químicos.
Na manhã daquele dia, e após os confrontos, tanto os antidistúrbios MAT como os cidadãos permaneceram em suas posições. Os primeiros para facilitar a circulação dos maquinários e os segundos, para evitar isso.
Durante a tarde de domingo, novamente foram registrados confrontos entre a população e as forças de repressão. Cães do capital, com ataques ferozes e brutais, não hesitaram em atacar e bater em idosos e crianças. As pessoas tentavam se defender de todas as formas possíveis. A truculência policial foi respondida em massa com pedaços de madeira, combate corpo a corpo, pedras, estilingues e muitos coquetel molotov.
Os enfrentamentos se expandiram pelos terrenos ao redor do suposto lixão. Cidadãos colocaram vários carros da prefeitura (ônibus, vans etc.) e cortaram o acesso na área para impedir a chegada de mais polícias. Esta foi a causa de um novo ataque dos policiais, com duros combates com populares. Os antidistúrbios continuaram durante toda a noite no local, especialmente nas ruas e estradas, nos terrenos escuros, cheios de lama e sob chuva pesada.
Os confrontos continuaram nesta manhã de segunda-feira, 13 de dezembro. Quase todas as escolas, tanto de Keratea como dos municípios vizinhos permaneceram ocupadas pelos estudantes, como um sinal de solidariedade ativa, já que muitos estudantes participaram tanto da vigilância da área do lixão como nos ataques.
Apesar da decisão do juiz, que foi tomada hoje, e que indica que o trabalho tem que parar (por agora), os antidistúrbios não se retiraram da área. A permanência deles ali sacudiu a ira das pessoas, que os atacaram novamente.
À tarde, houve de novo confrontos corpo a corpo, enquanto um furgão policial foi completamente queimado pelo lançamento de diversos coquetéis molotov. Hoje, cinco pessoas foram presas.
Estima-se que desde domingo mais de 50 pessoas foram feridas, enquanto houve várias detenções.
agência de notícias anarquistas-ana