De passagem pelo Chile, integrantes do coletivo brasileiro “Arte Libertária” realizaram do lado de fora do Instituto Nacional em Santiago um mural (imagem em anexo) em solidariedade aos estudantes chilenos em luta por qualidade e gratuidade no ensino naquele país.
Faz pouco mais de 5 meses estourou no Chile um novo momento social que iniciou-se com o setor da educação, mas que se expandiu a outros âmbitos da sociedade.
São marchas semanais com presença de 100 mil, 200 mil pessoas.
O Chile durante a ditadura de Pinochet viveu um processo de implementação do Neoliberalismo, entre outras coisas a privatização da educação, desde então as Universidades Públicas são pagas, há financiamento de escolas de ensino básico privadas, onde as crianças e jovens não pagam. Porém aí está o problema, a privatização da educação gerou um endividamento de estudantes e seus pais, já que eles tinham que ser a garantia do financiamento (os financiamentos são estatais ou privados). Além disso, a educação é super conservadora e católica.
Tudo isso veio a estourar em 2006 na Rebelião dos Pingüins (os alunos de ensino médio de lá, que tem que usar terninho e gravata), onde algumas conquistas foram realizadas, mas não a gratuidade universitária e a melhoria da qualidade de ensino básico. As negociações realizadas pelos dirigentes não abarcaram todo o movimento, mas fez com que o movimento dos pingüins se silenciasse por um tempo.
Mas o silêncio nem sempre quer dizer o fim! E em maio deste ano, os estudantes secundaristas novamente levantaram sua voz, se fizeram escutar por todos os cantos do Chile. Foram colégios tomados e ocupados, panelaços, marchas com a presenças de estudantes, pais, professores, apoiadores, familiares, enchendo novamente as ruas do Chile e de Santiago de esperança e rebeldia. Há jovens do ensino médio e pais em greve de fome. Mostrando que apesar da jovem idade compreendem muito bem a realidade em que estão vivendo.
Vale lembrar que o Estado e a polícia chilena também respondem com grande violência, tirando a força os estudantes dos colégios, dispersando as marchas com os carros de jatos de água química, batendo com a maior violência que se pode imaginar e não imaginar nestes estudantes. Aqui também lembramos a morte de Manuel Gutiérrez Reinoso estudante de 16 anos assassinado pela polícia chilena quando acompanhava uma marcha estudantil!
Isso nos incentivou a propor e a pintar um mural junto com alguns estudantes e agora companheiros do Instituto Nacional de Santiago, em solidariedade e em apoio a luta que está longe fisicamente da gente, mas que a sentimos em nossos corações.
Por uma educação livre até a revolução social!
Viva os estudantes secundaristas mobilizados,
as ocupações e a fuerza de quem não se faz silenciar!
A solidariedade não reconhece fronteiras!
Arte Libertária
agência de notícias anarquistas-ana