Comunicado recebido a 18 de Setembro de 2014
“A vida é tão aborrecida que não há nada para fazer, a não ser gastar todo o nosso salário na última saia ou camisa. Irmãos e irmãs, quais são os vossos verdadeiros desejos? Sentarem-se no bar, com olhar distante, vazios, aborrecidos, a beber um café sem sabor? Ou talvez explodir tudo ou pegar-lhe fogo?” -The Angry Brigade.
A nossa fração da Conspiração das Células de Fogo (CCF) decidiu atacar, no dia 23 de Julho, a estação Los Dominicos do metro de Santiago. O facto causou grande rebuliço político e mediático. Os burocratas e a media coordenaram os seus discursos para dizer que o ataque estava dirigido aos passageiros que a essa hora transitavam, tendo por isso sido invocada a utilização da lei antiterrorista. Esta ação foi planificada, tendo em conta os minutos em que não havia passageiros, calculámos o momento em que o metro terminara o seu percurso e que a carruagem estivesse guardada. O condutor moveu o saco com o dispositivo para outro vagão da carruagem, debaixo de um assento, como no outro lugar em que inicialmente estava, esta situação foi ocultada pelos media e agentes do governo. O anterior, interpretamos-lo como um aproveitamento do indivíduo, ao pensar que talvez pudesse encontrar algum objeto de valor dentro do saco, mas deparou-se com a nossa surpresa que resultou como se esperava.
Como sempre, qualquer ação tendente a atacar irá ser ajuizada e castigada pelo poder económico dos empresários ou membros da burguesia, pelos poderes do estado com as suas leis, juízes, políticos e polícias. A principal função do estado é a proteção dos interesses dos ricos e poderosos, dos acomodados ou beneficiados deste sistema de exploração e dominação. O metro, dia a dia, transporta as pessoas, conseguindo benefícios milionários diariamente. Transportam-nos pela cidade que nos consome a energia no seu modo de vida, onde a exploração do trabalho migrante marca a pauta. Atacámos direta e simbolicamente estruturas do poder no seu terreno, em Las Condes. A normalidade com que a cidade funciona foi o objetivo e continuará a sê-lo.
Por isto mesmo, no dia 8 de Setembro, decidimos atacar o subcentro da Escola Militar. Um centro comercial da burguesia, situado em Las Condes, onde empresários fazem das suas para se acomodar e comercializar as suas mercadorias, que aprisionam as pessoas na estupidificação do espectáculo e da apariência. A sociedade que caminha nesta direção, essa é a que atacamos. A sociedade da dominação que invade todas as expressões da vida. Saibam que demos aviso ao 133, a mais de dez minutos da detonação, esperando que a polícia reagisse evacuando o lugar, mas fizeram caso omisso desta informação, detonando o dispositivo e causando vários feridos, os quais lamentamos, deixamos claro que o nosso objetivo não eram os consumidores e /ou os trabalhadores mas sim as estruturas, propriedades e esbirros do poder. A sua incompetência e inoperância contribuíram para o dano causado às pessoas lesionadas. Os grandes assassinos e terroristas sempre foram os aparelhos repressivos do Estado.
Irmanamos-nos com todxs xs companheirxs que, por todo o mundo, enfrentam esta realidade de dominação, que deitam mão a todos os meios para atacar o poder.
Enviamos uma saudação a todos os companheiros que cumprem penas nas prisões do mundo. Marcelo Villarroel, Freddy Fuentevilla, Carlos Gutiérrez, Juan Aliste Vega, Hans Niemeyer, Tamara Sol Farías, Mónica Caballero, Francisco Solar, Marco Camenisch, Gabriel Pombo da Silva, Alfredo Cospito, Nicola Gai, a todos os irmãos da CCF à roda do mundo, Giorgos Polidoros, Haris Hadjimihelakis, Christos Tsakalos, Gerasimos Tsakalos, Panagiotis Argirou, Michalis Nikolopoulos, Giorgos Nikolopoulos, Olga Ekonomidou, Damianos Bolano, Theofilos Mavropoulos. A todos os que cumprem pena por enfrentar na prática toda a dominação. Recordamos todos os caídos na guerra social, Maurício Morales, Sebastián Oversluij, a todxs que se atreveram a actuar… Ninguém está esquecido.
Fazemos uma chamada a todos xs insurretxs para passar à ofensiva, para atacar o poder em todas as suas formas de dominação.
Conspiração das Células de Fogo (Chi)
