Rede tradutora de contrainformação

Granada: Ações solidárias com xs presxs da Operação Pandora

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bmn-1024x768

bp-1024x768

caixa-1024x768A partir de Granada.

Um mês sem xs nossxs companheirxs.

Recordo todas as vezes em que li ou escutei que a solidariedade é uma arma necessária para xs anarquistas. Hoje espero que essas lembranças se façam realidade… fazer das nossas ideias a ação.
– Mónica Caballero, a partir de Brieva.

Na madrugada de 16 de Dezembro de 2014 as forças repressoras do estado actuaram. Um complot entre os estados chileno e espanhol deu origem a uma  nova grande montagem: a Operação Pandora. As casas particulares dxs nossxs companheirxs e alguns espaços libertados foram assaltados, invadidos e registrados simultaneamente, em diferentes pontos da geografia catalã e em Madrid. Onze dxs nossxs companheirxs foram detidxs. A Audiência Nacional decretou a sua sentença provisional dois dias depois: quatro delxs foram postxs em “liberdade” com acusações de pertença a “organização criminosa com finalidade terrorista de carácter anarquista violento” e sete permanecem na prisão desde aí, sob regime FIES 3, reservado aos delitos de bando armado. A única certeza é que não existe nenhuma prova que xs incrimine.

Não queremos falar a linguagem do Poder. Sabemos que as montagens são mais uma das armas à disposição do Estado e Capital para perpetuar a sua existência e refrear a dissidência. Não falaremos tampouco da culpabilidade ou inocência dxs nossxs irmãos/irmãs presxs. Nós, anarquistas, desprezamos as suas leis e a sua justiça. Somos inimigxs do Estado e do Capital. Lutamos contra toda a forma de Dominação, pela recuperação das nossas vidas. Portanto, a nossa luta é também contra a Democracia e os seus mecanismos de alienação e repressão. Contra a polícia,o trabalho assalariado, a banca e o dinheiro; contra a cultura e ócio mpostos; contra as prisões e tratamentos psiquiátricos; contra as cidades e a sua tecnocracia; contra o vazio que esta forma de vida supõe.

Por isso, solidarizámos-nos do modo que xs nossxs afins gostariam: atacando o que odiamos, avivando a chama. Na noite de 16 de Janeiro – os nossxs companheirxs já estavam há um mês em sequestro – recordámos isso destruindo vários caixas electrónicos de diferentes entidades bancárias (BBVA, Banco Popular, a Caixa e o BMN). Também foram feitas várias pintadas em apoio aos/às anarquistas presxs e a todas as pessoas privadas de liberdade.

Não conhecemos xs nossxs companheirxs. Possivelmente nunca nos vimos. No entanto o mesmo fogo corre nas nossas veias. As mesmas ganas de destruir a sociedade existente, os seus valores, relações e acordos mercantis. A mesma paixão por construir espaços livres de opressão bem como relações horizontais e sãs. Já o começámos. Não poderão parar-nos.

Desta nossa modesta posição, fazemos uma chamada  ao  alargamento do conflito, à recuperação da paixão Anarquista e à multiplicação dos grupos e projectos autónomos anti-autoritários. Os estados conspiram contra nós, aliam-se, estão a jogar as suas cartadas. A nossa resposta deve ser ampliada. São mais sete companheirxs presxs. Sete anarquistas a somar a uma lista cada vez maior e que, sem dúvida alguma, irá aumentar.

Do ponto de vista duma perspectiva desmedida de libertação, não existem formas superiores de luta. A revolta necessita de tudo, diários e livros, armas e explosivos, reflexões e blasfémias, venenos, punhais e incêndios. O único problema interessante é como os misturar.
– Ai Ferri Corti

Enviamos saudações fraternas a Mónica Caballero (nós, como tu – acerca de poder escolher uma vida distinta – não mudaríamos a nossa em nada), a Francisco Solar, a Gabriel Pombo da Silva e a todxs xs nossxs afins à volta do mundo. Em cada ação, a cada passo, xs nossxs companheirxs mortxs, presxs ou na clandestinidade persistem na memória.

Que a solidariedade entre ácratas não seja só palavra escrita.
Porque a sabotagem é fácil e divertida.
Agora e sempre.

MORTE AO ESTADO E VIVA A ANARQUIA