Durante este mês realizámos algumas ações de propaganda, resgatando a memória anárquica deste território e enquadrando cada ação no “Dezembro Negro” – uma proposta que lançada a partir das prisões gregas, pelos anarquistas Nikos Romanos e Panagiotis Argirou, com eco num considerável número de ações multiformes anti-autoritárias, em diversas partes do mundo.
4/12: Faixa por um Dezembro Negro e em solidariedade com Nataly Casanova, Juan Flores e Enrique Guzmán.
13/12: Panfletos e bengalas pela memória do companheiro Sebastián Oversluij.
Na noite de 13 de Dezembro, acercámos-nos do Banco Estado de Pudahuel – onde tinha caído em combate o companheiro anarquista-nihilista Sebastián Oversluij, a 11 Dezembro de 2013. O banco não estava completamente encerrado e estava com luz (intuímos que estava alguém a limpá-lo), pelo que lançámos depressa pirotecnia dentro e fora, o que fez ativar os seus alarmes; deixámos vários panfletos e abandonámos o lugar. Tratou-se de um gesto à memória insurreta de Sebastián Oversluij ao qual nunca se reconheceu uma atitude acomodada, antes sim uma vida em permanente combate.
14/12: Cartazes feitos à mão, em memória do companheiro Juan Cruz.
O companheiro anarquista Juan Cruz morre na sequência de uma bala disparada na sua cabeça por um mapuche, em circunstâncias estranhas, na comunidade de Temucuicui em Ercilla, no dia 14 de Dezembro de 2008. O compa – que sempre fora afim à luta mapuche e que participava na época em okupações em Santiago – viajava de forma recorrente ao sul, para se solidarizar de forma direta com as comunidades em conflito. Através destes cartazes recordamos-lo, faz parte da nossa memória negra e evidentemente que não ficamos indiferentes ao seu assassinato, ocorrido há sete anos.
14/12: Cartazes informativos em memória do companheiro Antonio Ramón Ramón.
No local exato onde o companheiro propicia as punhaladas ao comandante Silva Renard – responsável do massacre conhecido como “a matança na escola Santa Maria”, ocorrido no norte do Chile – deixámos um cartaz com recortes da forma como a imprensa da época cobriu o ajustiçamento, além de uma resenha escrita por algum/a companheiro/a. Demos vida novamente aquele cruzamento da cidade, passados 101 anos da ação vingadora.
– Os factos ocorreram no parque Causiño, atual parque O’higgins; a placa que se vê na fotografia encontra-se há vários anos aí, nas proximidades da estação de metro Rondizzoni, tendo sido feita por alguns/as compas em homenagem ao vingador.
21/12: Panfletos lançados no “Instituto Geográfico Militar” situado a passos do metro Toesca, nos 108 anos da “matança na escola Santa Maria” em Iquique. Reproduzimos aqui o panfleto:
Num dia como hoje, mas de 1907, as balas militares foram apontadas e disparadas – sobre trabalhadores grevistas que se tinham concentrado na escola Santa Maria, em Iquique – só porque queriam negociar melhores condições laborais. Sob a presidência de Pedro Montt, o poder atacou mulheres e homens, meninos e meninas desarmadxs. O comandante Silva Renard foi o responsável pelo massacre de mais de 3 000 pessoas. Pode ser dito com clareza que, ao longo dos tempos, este órgão do Estado foi, é e será cúmplice de mortes e desaparecimentos. Desta forma, reiteramos firmemente que odiamos toda a representação militar no Chile e que, sem qualquer temor, acercar-nos-emos dos seus quartéis para os acossar sempre que nos der na gana.
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