Rede tradutora de contrainformação

Prisões gregas: Gerasimos Tsakalos em greve de fome desde 14/9 em solidariedade com a luta de Evi Statiri

“E se não morrermos um pelo outro é porque estamos mortxs já” [verso adaptado de um poema de Tasos Livaditis]
“E se não morrermos um pelo outro é porque estamos mortxs já”
[verso adaptado de um poema de Tasos Livaditis]
Nota de Contra Info: Segue-se o comunicado do compa Gerasimos Tsakalos – emitido das prisões de Koridallos a 29 de Setembro de 2015 – através do qual torna pública a greve de fome solidária que leva a cabo desde 14 de Setembro.

Há 7 meses que a minha companheira de vida, Evi Statiri, se encontra encarcerada nas celas da democracia. O seu único “delito” é a relação pessoal comigo. Ao mesmo tempo, a minha mãe, Athena Tsakalou, encontra-se em exílio na ilha de Salamina, resultando isto de uma decisão da ditadura judicial.

Há 7 meses que o Poder vai experimentando o terreno, ampliando o círculo da repressão contra xs amigxs e familiares dxs presxs políticxs. O seu objetivo é a disseminação do medo nas pessoas solidárias e a imposição de um regime especial de quarentena axs/às guerrilheirxs presxs. O Poder, através da criminalização das relações familiares e de amizade, procura amputar qualquer laço de solidariedade que atravesse os muros das prisões e alimente a luta pela liberdade. Atualmente, a máquina policial-judicial do Poder põe à prova o suporte do nosso mundo, um mundo que não aprendeu a baixar a cabeça e mede as suas reações. Cada passo atrás da nossa parte é um passo adiante do totalitarismo do monstro estatal.

O medo tende a expandir-se … Se não se eliminar pela raíz o que hoje se testa contra xs presxs políticxs, então espalhar-se-á como a peste, atingindo todxs aquelxs que desejem viver de maneira rebelde, sem ordens nem comandantes nas suas vidas. São muitas as coisas que desejo dizer, porém nestes momentos as ações dizem mais que as palavras. Desde 14 de Setembro que Evi se encontra em greve de fome, exigindo a sua libertação. Desde 14 de Setembro que estou a seu lado, tal como ela tem estado ao meu lado durante os últimos anos, realizando eu também uma greve de fome, apesar do desacordo absoluto dxs médicos, pois passou pouco tempo ainda desde o final da última greve de fome na qual participei. A minha única exigência é a libertação de Evi. Esta greve de fome é agora a única arma que tenho para me solidarizar com Evi. Faz parte da solidariedade multiforme que o mundo da luta e da anarquia começou já a expressar por toda a Grécia. Por isso, não nos devemos desviar do primordial que é a luta pela libertação de Evi, com referências à minha greve de fome e a mim. Como disse antes, a minha greve de fome é a minha maneira de estar presente nas ações dxs solidárixs. É a minha contribuição para as ações de solidariedade que, através da anarquia, se aceleram para desviar o curso da história que tem vindo a ser escrita pelas leis, juízes, polícia e Poder, uma história que nunca reconhecemos como nossa.

Que a luta pela libertação de Evi – e pelo fim dos processos aos/às familiares e amigxs dxs presxs políticxs – seja o detonador para se relançar a ofensiva anarquista, se reapropriar das ruas, se incendiar as barricadas, se agudizar os desejos, a guerrilha urbana, a aposta pela libertação total.

LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE EVI STATIRI

“E se não morrermos um pelo outro é porque estamos já mortxs”

VIVA A ANARQUIA

Gerasimos Tsakalos, membro da Conspiração de Células de Fogo

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