As buscas domiciliárias regressaram a Zurique e St. Gallen no domingo, 10 de Julho de 2016. Desta vez foram 3 as rusgas efetuadas. A razão declarada no mandado de busca – autorizado pela acção penal de Zurique – era “fogo posto, etc.”, segundo se soube. Numa análise mais detalhada do mandato de busca tornou-se evidente que era acerca de um alegado ataque incendiário a uma antena de telecomunicações em Waidberg, 8037 Zurique, o qual teria ocorrido na noite anterior.
Enquanto que em Zurique as buscas domiciliárias eram realizadas por polícias com o seu uniforme habitual, em St. Gallen as forças especiais aproveitavam para as transformar numa sessão de treino: aríete, balaclavas e metralhadoras, dezenas de presunçosos “robocops” a forçarem xs residentes da casa invadida a colocarem-se no chão, enquanto vasculhavam cada quarto de cima para baixo. Paralelamente aos objetivos frustrados – nos 3 casos tiveram de se ir embora sem as algemas virem a ser utilizadas – esta ação põe em evidência mais uma vez para que é que serve a polícia: o braço repressivo do Estado, equipado com todos os meios a fim de o defender e neutralizar potenciais inimigos. E nesta categoria recaem aquelxs que não aceitam ter uma autoridade indiscutível sobre as suas cabeças; aquelxs que não aceitam serem deitadxs fora pela riqueza da sociedade, xs que se recusam a serem alienadxs, isoladxs e controladxs através da tecnologia, ao mesmo tempo que dia após dia é anunciada a ilusão de unidade, felicidade e possibilidades ilimitadas.
Caso a justificativa do mandado de busca prove em si a existência de um evento factual, é essencial defender este ataque dirigido contra essas estruturas que ajudam a transformar a nossa autonomia numa vida de escravidão ditada pelos sinais de rádio das antenas. Porque cada propagação de fogo precisa de uma centelha…
20 de Julho de 2016.
Nota adicional: No contexto das buscas domiciliárias a polícia estava à procura de uma pessoa específica, sem sucesso. Até à data (29 de Julho), não houve qualquer notícia desta pessoa ter sido presa. Desejamos ao/à companheirx muita força para o seu percurso fora das garras do Estado.