Queridxs amigxs,
A Cruz Negra Anarquista (CNA) de Varsóvia convida-te para participares na 4ª edição do “Antiprison Days”, em Varsóvia, de 27 a 29 de Outubro de 2017. O tema principal deste ano é “Apoia a tua CNA local”.
Aqui, na Polónia, sentimos a necessidade de discutir sobre o importante papel das estruturas anti-repressivas nas nossas lutas, assim gostaríamos de convidar diversas pessoas e grupos para compartilhar as suas experiências com repressões e como ser possível lidar com elas. Haverá também espaço para falar sobre as dificuldades no interior do grupo de apoio e porque é que/como as campanhas anti-repressão e anti-prisão fazem parte de todas as lutas sociais / da terra/ climáticas /mundiais.
Claro que não seremos capazes de falar sobre tudo o que é importante – até porque o evento estará aberto a toda a gente – mas o objetivo é que se inicie algum tipo de processo na mente das pessoas. Haverá também espaço para apresentares as tuas atividades e / ou os teus grupos.
Se gostares de participar no evento e preparar alguma apresentação / discussão, sente-te mais do que bem-vindx para nos contatar: ack.waw [at] riseup. O programa ainda está em aberto, então, se tiveres alguma ideia, basta escrever-nos. O prazo para as propostas de programas é 12 de Outubro. Também nos podemos oferecer para cobrir os custos de viagem se for necessário.
Os melhores sucessos! Em solidariedade,
CNA Varsovia
A Cruz Negra Anarquista de Varsóvia convida-te para o 4º “Dias Anti-prisão”!
O tema do sistema prisional na Polónia ainda é considerado um tabu social e ainda é comum ser pintada uma imagem denegrida daquelxs que se encontram atrás das grades. Simultâneamente, as autoridades estão a aplicar a política de medo para justificar a implementação de leis cada vez mais rígidas, visando todxs aquelxs que se opõem às suas intenções autoritárias.
No oeste da Europa e nos EUA, as campanhas anti-prisão estão naturalmente ligadas às lutas sociais noutros sectores: lutas pelas leis dos trabalhadores, lutas contra a usurpação da terra e eliminação de terras de pequenos agricultores, apoiando imigrantes, protegendo o ambiente, lutando pelos direitos dos inquilinos, etc. Na Polónia, se este tema existe é como um todo, mas é ainda como um recém-nascido que ainda não adquiriu o seu direito de passagem.
Entretanto, só em 2016, mais de 70 mil pessoas foram presas em 64 centros de detenção e 84 prisões, na Polónia. O que o sistema realmente gera é mais patologia, privação de dignidade, violência e escravidão moderna. Isto não é uma piada – cerca de 22,5% dxs presxs são obrigadxs a trabalhar de graça e a nova alteração à lei do sistema prisional, que foram forçados a não demorar muito a publicá-la, aumentará esses números rapidamente. Os presos terão que trabalhar ainda mais para a glória do capitalismo, para o crescimento da “nossa” economia, de modo semelhante ao edifício Kulczyk dos prisioneiros, o chamado “Via da Liberdade”.
Muda isso alguma coisa, as condições em são mantidos? De modo algum. Ainda continuam a ser tratadxs como uma classe inferior, o lixo da sociedade, para se ter vergonha delxs, para serem despojadxs do que resta de sua humanidade, para serem humilhadxs, espancadxs, abusadxs e privadxs de qualquer expetativa. Ainda é inacreditável que estatisticamente, a cada segundo do dia alguém atrás das grades cometa suicídio?
Achas que viver “fora” faz de ti uma pessoa livre? Pensa novamente: quanto tempo gastas no trabalho? Quanto tempo gastas com os teus entes queridos? Com que frequência tens de sacrificar essas relações para sobreviver? E, finalmente, sentes-te realmente segurx? Até que ponto as forças te podem controlar? Há apenas um ano entraram em vigor três novos atos, transformando o significado da palavra “liberdade” em pó – a emenda ao ato da polícia (também conhecido como a lei de vigilância), o ato antiterrorista e o acto das assembleias públicas. As estatísticas são claras – a brutalidade da polícia está a aumentar a cada ano que passa e os responsáveis ficam impunes – por exemplo, cerca de 98,7% dos processos contra a polícia, incluso declarações de torturas, não terminou em acusação. Enquanto isso, nas esquadras da polícia, pessoas são assassinadas; para cada ato de resistência tão simples como seja escrever folhetos, participar em manifestações ou organizando eventos e ações, estão a emitir acusações de crimes mais ou menos graves.
Não continuaremos a ser passivxs! Precisamos de solidariedade para com aquelxs que são reprimidxs, atrás das grades e do lado de fora das prisões, precisamos construir estruturas anti-repressão. É o que queremos discutir durante o 4º “Dias Anti-prisão”.
A repressão está a tornar-se cada vez mais comum. Para contra-atacar precisamos agir juntxs.
Até que todxs sejam livres, nenhum de nós está livre.
Apoie o CNA local.
http://www.ack.most.org.pl/
Junta-te a nós durante o 4º “Dias anti-prisão”!
27-29 de Outubro de 2017
Przychodnia Skłot // Cafe Kryzys
O que está a ser planeado para o 4º “Dias Anti-prisão”
– Reuniões e painéis de discussão;
– Galeria de arte anti-prisão, uma exposição de obras de artistas envolvidos em projetos com prisioneirxs;
– Exibições de filmes anti-prisão;
– Escrever cartas aos/às prisioneirxs;
– Coleta de livros para xs presxs;
– Soli tattos;
– Dda CNA;
– Benefit para a CNA.