Na quinta-feira, 24 de março, no centro de Atenas, estava programada a celebração do desfile escolar de inspiração fascista-nacionalista. O governo grego insiste em realizar desfiles militares e escolares deste tipo. Nos últimos anos, nas áreas em que se celebram os desfiles são realizados protestos espontâneos ou planificados contrários a tudo isso, assim como concentrações de protesto social de desempregados, despedidos e trabalhadores, contra o regime da ditadura parlamentaria.
http://www.youtube.com/watch?v=8hFZI0YhG64&feature=player_embeddedDesde as primeiras horas da manhã, a polícia havia colocado um cordão de isolamento em torno da praça maior de Atenas e seletivamente permitia a entrada ao lugar onde seria o desfile. Nisso, às 13h30, sem motivo algum, policiais e policiais à paisana detiveram professores, artistas e solidários que haviam começado a reunir-se no centro da praça de Síntagma. Os professores primários e os artistas, segurando bonecas vestidas com sacolas, estavam preparando-se para realizar um protesto depois do desfile. Foram realizadas oito detenções na praça de Síntagma e outras duas detenções no piso térreo do edifício em que estão localizadas as oficinas da Federação de Professores da Grécia.
A polícia, tendo fichado algumas pessoas e com ordens de que não se escutasse nenhuma voz de protesto durante o desfile, começou a deter “preventivamente” os protestantes que se aproximavam da área do desfile e fossem professores. Os detidos foram professores e artistas que iam participar no protesto se a repressão não tivesse agido. A manifestação tinha sido convocada pela União de Professores Pendentes de Toda Grécia, pela Coordenadoria de Docentes e Suplentes, e por várias Associações de Professores.
Na continuação, a polícia, apesar das detenções efetuadas, continuou repelindo a gente reunida. Entretanto, com o passar do tempo os manifestantes continuaram a multiplicar-se e permaneceram protestando pela repressão do governo. O propósito do protesto era as unificações (agrupações) e o fechamento de escolas e a flexibilização do trabalho que também se aplica aos professores.
A democracia nega a seus “cidadãos” o direito de protesto. A democracia detém preventivamente a quem não seja um súdito dócil dela. A democracia amordaça e reprime.
No primeiro vídeo se ouvem claramente as palavras “fascistas” e “junta” gritadas pelos manifestantes. Um detido disse: “Junta! A próxima vez serão tanques (blindados), não carros patrulhas”. No segundo vídeo se vê os policiais secretos arrastando e detendo a alguns dos manifestantes reunidos.