No último sábado (8 de outubro) o partido neonazista “3éme voie” convocou uma manifestação em Lille, que contou com cerca de 600 nazistas vindos de toda a França. Os nazistas chegaram à cidade em vários ônibus, desde Paris, Lyon, Alsace e Lorraine. O percurso da passeata foi guardado em segredo até o último momento, e finalmente acabou acontecendo numa área da cidade quase deserta, já que os comerciantes locais haviam fechado as lojas. A polícia escoltou o evento nazi.
Apesar de a manifestação contar com a organização, entre outros, do partido de Batskin, conhecido neonazista dos anos 80, que a despeito dos seus esforços para escapar do discurso identitário e da limpeza de imagem, ao ato não compareceu mais que a fração mais dura da extrema-direita francesa: os nazis do “Lyon Dissidentes”, “Nacionalistas Autônomos” de Alsace e Lorraine, Batskin de Paris e seus capangas, e alguns grupos de nazistas locais e belgas.
Enquanto isso, ecoavam na cidade os gritos de mais de dois mil antifascistas que apoiaram a mobilização contra a manifestação nazista. Gritando “No Pasaran”, milhares de manifestantes que vieram de Lille, Paris e do leste da França, mostraram a sua oposição à suposta “marcha pelo emprego” dos nazistas.
O bloco antifascista contou com uma presença importante da CNT, do grupo antifascista local “Turbulências Sociais” e de diferentes grupos antifas. Os manifestantes denunciaram a permissividade das autoridades ante tais atos nazistas, de claro cunho xenófobo e que tentam espalhar impunemente a sua mensagem racista. Dada essa permissividade das autoridades e da cumplicidade da polícia, a única resposta, segundo os antifascistas, é tomar as ruas e mostrar para a extrema-direita que Lille é e será uma cidade multicultural.
No final da marcha um grupo de policiais à paisana mascarados tentou se infiltrar na manifestação e provocar os manifestantes com gestos e gritos típicos de um estádio de futebol. A página da Copwatch local divulgou uma série de fotografias em que expõem os infiltrados provocando os manifestantes gritando “polícia, polícia”, como se estivessem na arquibancada de qualquer campo de futebol.
Os organizadores da marcha antifascista valorizaram positivamente esta mobilização, porque por um lado a visibilidade dos nazistas foi nula e, por outro, a manifestação antifascista juntou mais gente do que o esperado, dando força para os grupos antifascistas continuarem a luta no norte do país, onde tradicionalmente os nazistas estavam implementados e galopavam à vontade.
agência de notícias anarquistas-ana
Imagens de policias à paisana na manifestação
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