O dia que escolhemos para atacar não foi de modo algum acidental. A acção insere-se na eterna vingança – iniciada há vinte e cinco anos – depois dos bastardos militares terem detonado os corpos de Araceli Romo e Pablo Vergara (5 de Novembro de 1988) nas faldas do Cerro de las Marriposas, na atual cidade-prisão de Temuko, na região $hilena.
Não se trata de uma simples chamada à memória. Também se destina a instigar todos/as aqueles e aquelas que, através de cada cumplicidade e de cada recusa, demonstram que não só estão a resistir como também a passar à acção – decidindo sair da tribuna de espectador e contribuir para a tensão social, a quebra da ordem burguesa e a sua destruição.
Naquela noite, e como de costume, os meios de intoxicação de massas não tardaram em vomitar: falam de roubo, balas e estrepes, mas nada disso sucedeu. Foi tudo mais simples: alinham-se as bombas e afia-se o punhal; e enquanto as bestas quadradas da 18ª esquadra policial enchiam as suas asquerosas tripas na área de serviços mais próxima, nós, vazios de vida, enchemos de deflagrante ódio as ATMs (noite de terça, 5 de Novembro) da sucursal do Banco do Estado, situado na esquina da rua Larrain com a Paula Jaraquemada, comuna La Reina. Rebentámos o confinamento às 23.10 hrs.
Embora o dano causado não fosse o esperado, o golpe permitiu dar conta da vulnerabilidade existente, quebrando, em questões de segundos, o controlo omnipresente do sistema de dominação.
Ontem foi uma sucursal, mas recordamos-lhes que a pontaria vai-se afinando com a prática, que a cidade é grande e incerta, e que a noite é negra como a pólvora.
Com esta ação saudamos, com cumplicidade, a quem lhes dá gozo a destruição das instituições que sustentam a miséria, e a quebra do esquecimento.
A Luisa Toledo e Manuel Vergara; que os sonhos de Rafael, Eduardo, Pablo e Aracely transcendam gerações e que vivam na práxis anarquista.
Comemoramos com chumbo e pólvora cada um e cada uma dos nossos/as irmãs/ãos. Ninguém está esquecido/a!
Recordamos Ariel Antonioletti, assassinado logo após ter sido resgatado da prisão. 23 anos depois da sua morte continua presente. Recordamos também Alex Lemún que a 7 de Novembro de 2002 foi abatido pela arma do bófia-bastardo Marcos Traver, agonizando até 12 de Novembro. Maldito lambe-botas, saudamos-te com ódio e recordamos-te que a vingança será eterna…
Também recordamos aos/as malditos/as funcionários/as do ministério público, da gendarmeria e da polícia que estão sentenciados/as – pois a vida é ação e consequência e, pela nossa existência, armamo-nos. Há balas com os seus nomes.
Com ardente solidariedade, carinho e força para ti, irmão Hans Neimeyer, tudo continua…
A Freddy, Marcelo e Juan, José Miguel Sánchez, Alfredo Cóspito e Nicola Gai (na Itália), os quais, sem temor e com a fronte erguida, com regojizo e sem remorsos, atacaram o asqueroso empresário nuclear Adinolfi, responsável de devastação do planeta.
Enviamos muita força ao xamã Celestino Córdova, a enfrentar um duro processo judicial pelo assassinato dos asquerosos latifundiários Lushinguer e Mackay.
A nossa luta continua!
Por um verão ardente…voltaremos.