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Madrid: Comunicado dos compas da CSOA La Gatonera após o seu desalojo

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Na foto (2013) apoio popular consegue impedir mais uma das tentativas de desalojo de La Gatonera, desalojo esse agora realizado a 27 de Outubro de 2014

A 27 de Outubro de 2014 a bófia desalojou o Centro Social Okupado La Gatonera, situado no bairro de Carabanchel, em Madrid. A seguir o comunicado emitido pelxs compas de La Gatonera, nesse mesmo dia.

Desalojam um, okupamos mil!
Força compas!

COMUNICADO SOBRE O DESALOJO DO CSO LA GATONERA

O estado ordena, a imprensa sublinha e a polícia desaloja La Gatonera: assim começa, uma vez mais, esta história que, longe de ser uma novidade, se está a transformar numa rotina suspeita. Uma rotina asquerosa que a golpes de repressão e medo provoca, no interior dum movimento inteiro com toda uma história de luta anarquista, uma insensibilidade demasiado normalizada já a esta situação. A assinalar as gerações e gerações que durante anos por lá passaram, demonstrando que outra vida é possível, que existe uma opção fora do sistema em que vivemos, que nos marcam porque não queremos, uma vez mais, ser parte das suas misérias e porque aspiramos a autogerir as nossas vidas.

Ao desalojarem os centros sociais, pretendem que seja o medo a única saída, que se dê a paralisação das lutas que vão à raiz do problema, que quem luta assimile a normalização e a repressão, oferecendo assim uma opção recuperadora e totalmente controlada como é o caso da institucionalização de todo o tipo de lutas – para que não lhes escapem das mãos – seja através da formação de novos partidos políticos de esquerda, a cedência de espaços ou a negociação com qualquer tipo de instituição. Disto tudo só se tira uma conclusão: DE UMA LUTA LEGAL NÃO SURGE EFEITO, CASO CONTRÁRIO NÃO SERIA LEGAL.

Todavia não se deram conta que ainda restam pessoas dispostas a dar um passo em frente, a não deixar que isto fique assim, seja por dignidade pessoal ou por solidariedade colectiva. O desalojo de La Gatonera não é supostamente mais que o encerramento e o destruição de um edifício. Só que este edifício era constituído pelas pessoas que faziam dele um espaço de ferramenta anarquista e de luta, de cumplicidade, de encontro, de reunião e de criação de novas relações.
Desalojaram-nos do edifício da rua Amistad, mas nem de perto nem de longe conseguiram o que pretendiam: assustar-nos. Pretendemos ser bem claros nisto e que o entendam bem: isto não é o fim de nada, é a continuação de um projeto de sete anos que será levado a cabo onde, como e quando todxs nós decidirmos.

Por sua vez acreditamos e estamos conscientes de que o despejo da Gatonera não aconteceu por casualidade, ainda que isto faça parte de uma manobra mais geral contra os centros sociais. Mantivemos-nos firmes em ocasiões anteriores, não cedendo a chantagens, sendo o mais fiel possível às nossas ideias. Recebemos ameaças pessoais e de despejo, boicotaram-nos várias vezes o centro social e tivemos um ou outro percalço com as forças da ordem, por vezes. Não recorremos a denúncias, vitimização ou formalismos. A nossa ideia para enfrentar esta situação foi continuar com a nossa linha que, ao fim e ao cabo, é a que nos levou a este final. E orgulhosxs dele, assumimos as consequências que teve porque nos diz que é o que lhes causa dano e que, devido a isso, vamos por bom caminho.

Isto acabou de começar. Acendeu uma centelha que nos servirá para dar um empurrão a uma nova etapa de luta, com mais vontade que nunca e muito mais firmeza e raiva.

A quem se solidarizou connosco quando foi necessário queremos dizer que nos sentimos muito orgulhosxs de todxs. Todxs os que fizeram com que a La Gatonera fosse possível, xs que mantiveram a essência do espaço xs que trabalharam muitíssimo connosco.

A vós: mafiosxs, políticxs, polícias, empresárixs, exploradorxs, mercenárixs, assassinxs, traidorxs, torturadorxs…

….ISTO ACABA DE SE INICIAR. A LUTA CONTINUA.
MORTE AO ESTADO, VIVA A ANARQUIA.