“Quem disparou não o fez sozinho,
tinha com ele outros carrascos ocultos
tinha com ele os virtuosos
tinha com ele os honrosos
tinha com ele os morais
tinha com ele os justos
tinha com ele os apaziguadores”
No sábado, 17 de Janeiro de 2015, cerca do meio dia, realizou-se no bairro ateniense de Petralona uma manifestação com vista à comemoração dos 2 anos do assassinato racista de Shehzad Luqman, trabalhador imigrante vindo do Paquistão que foi apunhalado até à morte por dois bandidos do Amanhecer Dourado, na rua Trion Ierarhon, quando se dirigia para o trabalho. Cerca de 400 pessoas manifestaram-se de forma dinâmica, a partir da Praça Merkouri, passando pelas ruas estreitas do Ano Petralona e Thissio, para em seguida fazerem uma paragem no local do assassinato, antes de voltar à mesma praça.
Companheirxs dos arredores, nos encontramos outra vez nas ruas, para participar na mobilização convocada com um bloco distinto no final da marcha. Como indivíduos anarquistas – embora cada um/a de nós tenha pontos de partida diferentes – compartilhamos uma convicção comum: Não temos ilusões democráticas nem esperamos que nenhuma justiça burguesa, ou algum sistema eleitoral, solucionem os problemas dxs oprimidxs. As instituições dos Estados e do Capital são os primeiros responsáveis pelos assassinatos em massa de imigrantes e refugiadxs nas fronteiras continentais e marítimas, pelos pogroms estatais e para-estatais e deportações, pelos campos de concentração, pela difusão da xenofobia e racismo, pela produção e reprodução dos nacionalismos e, no fim de contas, pela fascistização total dos nossos bairros e das nossas sociedades.
A luta em memória de Shehzad Luqman e de cada imigrante morto às mãos dos nazis (com o sem uniforme), é para nós uma luta contra as fronteiras e as pátrias. É uma luta quotidiana, internacional e insurrecionária, até que tornemos ingovernável esta merda.
A DEMOCRACIA É A PATRONA DO FASCISMO
A ÚNICA JUSTIÇA SÃO AS ARMAS DO POVO