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Espanha: Pedidos 44 anos de prisão para Mónica Caballero e Francisco Solar

raised_middle_finger19 de Janeiro de 2016

Como alguns e algumas já saberão, durante o mês de Dezembro de 2015, o ministério público apresentou, na Audiência Nacional, o pedido de condenação com o qual se vão confrontar xs anarquistas Mónica Caballero e Francisco Solar. O pedido da acusação é de 9 anos por pertença a organização terrorista, 18 por estragos com finalidade terrorista, 12 por lesões e 5 por conspiração, somando um total de 44 anos de prisão para cada. Também juntam a proibição de viver em Barcelona ou Saragoça durante um período de 10 anos, uma vez em liberdade, além de uma quantia de quase 200.000 euros em indemnizações.

Isto constitui o último passo dado num processo legal que mantém há mais de dois anos xs companheirxs presxs, o que parece indiciar que em breve se marcará o fim do julgamento na Audiência Nacional pelo que aquelxs terão de ser de novo transferidxs a prisões de Madrid.

A rançosa estratégia  do Estado espanhol – através da sua dura legislação antiterrorista que tanto a permitiu desenvolver – explora a sua sede de vingança com pedidos de longas penas, que além disso deveriam ser cumpridas a pulso e em condições carcerárias mais restritivas e controladas. A engrenagem repressiva segue o seu curso, fiel à sua intenção de quebrar a personalidade daquelxs que não consegue submeter; os castigos exemplares, o despojo da intimidade, a intervenção das comunicações, a privação do contacto físico e toda a lógica do confinamento completo fazem parte dos esforços do Estado para conseguir este objectivo – que apesar dos seus métodos retorcidos não consegue ser sempre imposto.

Neste sentido, uma das armas mais valiosas dxs anarquistas foi sempre a solidariedade e um dos seus desafios foi romper o cerco criado pela repressão, dando impulso a diversas iniciativas que de uma ou doutra forma combatam o isolamento da rotina prisional e que ultrapassem o próprio espaço físico da prisão contra a domesticação das ideias através da apatia, do medo ou do castigo. Esta vontade foi manifestada já em muitos lugares e de muitas formas, revelando os pontos de conflito onde a obediência não venceu. Como disse um delxs num dos seus textos: “Qualquer tentativa para tomar o controlo da nossa experiência é uma tentativa para quebrar o domínio carcerário. Cada clarão de liberdade decorrente do confronto com o Poder racha o molde da civilização e imprime conteúdo à ideia/palavra de ordem: um/a anarquista na prisão nunca está só.”

Toda a nossa solidariedade, cumplicidade e carinho para aquelxs que se lançam à luta a contra a dominação, para xs anarquistas presxs ou perseguidxs, para Mónica, Francisco, Nahuel e os lutadores Gabriel Pombo e Juankar Santana – que recentemente deram por finalizada a greve de fome que tinham começado no fim de semana passado, pois a direção prisional cedeu às suas reivindicações.

FORÇA AOS/ÀS ANARQUISTAS ENCARCERADXS!

MORTE AO ESTADO E VIVA A ANARQUIA!