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México: Presos libertários abandonam greve de fome e continuam os jejuns

barbwireEnviado a 20/10 pela CNA México

Nota Prévia: Dia 15 da greve de fome de presos libertários.

Os presos libertários Fernando Bárcenas, Luis Fernando Sotelo, Abraham Cortés e o ativista Jesse Montaño decidiram suspender a sua greve de fome – o estado de saúde de alguns deles inspirava cuidados – tendo continuado a jornada colectiva de luta, a partir da prisão, com jejuns indefinidos.

Reproduzimos aqui o texto assinado por Fernando Bárcenas:

Da pele para dentro mandamos nós!

Aos/às compas rebeldes:

Antes de mais, queria saudar todxs aquelxs que se mantiveram solidárixs e
cúmplices nesta contenda.

As jornadas de luta não podem continuar a ser temporais ou dirigidas por vanguardas revolucionárias. Não tem sentido querer unificar todas as forças rebeldes numa só estrutura uniforme, a menos que o objectivo seja o fascismo.

Em vez disso se a nossa perspectiva de luta for a mais ampla – reconhecendo ainda que não somos o centro do universo mas sim parte dele – temos muito mais possibilidades de alargar as nossas propostas e ideias.

Nesse sentido a greve de fome que começámos – eu e mais 3 compas, nas penitenciárias norte e sul – tem como objectivo reafirmar esta postura de pôr em causa e a autodeterminação ; de negação.
Uma maneira de dizer: “- Da pele para dentro somos nós que mandamos!!!

Assim, decidimos que a partir do hoje 5ª feira, 13 de Outubro, vamos abandonar a greve de fome – devido ao deteriorar da saúde de alguns dos compas, pois tinham participado já em outras greves de fome, correndo a sua saúde graves riscos de situações irreversíveis.

No entanto, decidimos continuar em jejum todos os dias até às 2 da tarde, indefinidamente, de forma a manter a denúncia e o ato de solidariedade e ampliar a revolta – sabemos já que se encontra em todos os lugares e a todas as horas e lugares.

Assim, continuaremos a enfrentar o inimigo com atos que possam ser detonantes, a partir da rejeição e do conflito permanente … e quotidiano.

Para que todos os nossos dias nesta vasta prisão chamada Terra se convertam
em jornadas informais e permanentes de guerra contra o poder, pela sua definitiva e total destruição.

Fernando Barcenas