Atacando o sistema de transporte de carvão do Reino Unido – interrupção das linhas que alimentam a máquina
Cortar as ligações que alimentam a máquina não é impossível. Quando as pessoas assumem uma revolta civil no Reino Unido, se por um lado são capazes de abandonar os seus compromissos para abrir uma avenida então, a maioria, também terá a habilidade e a possibilidade de se mobilizar para algo novo. A guerra não acabou quando aqueles momentos terminaram, reacende-se em pequenos arrebatamentos aqui e ali, mostrando que não estamos esmagados, que as coisas podem ser conduzidas a uma paragem abrasiva outra vez, mesmo que por uma fracção de segundo.
Basta apenas alguns espíritos brilhantes e isso é bem visível, quando a confiança presunçosa das actividades é derrubada, alguns pinos não encaixam e as coisas podem ser vista numa perspectiva diferente. Fora da sincronia e do equilíbrio já nem tudo parece estruturalmente sólido, sente-se mais a vida para ser agarrada.
O novo horizonte foi vislumbrado através do nosso dia nublado, domingo 6 de Março, esperando que este não complicado acto de sabotagem que levámos a cabo exponha a vulnerabilidade da sua matriz complexa.
Fizemos uma avaliação do risco e, quando a noite começou a cair, entrámos no primeiro túnel ferroviário, cortámos ambas as linhas com um cortador de disco portátil – não imaginámos descarrilar uma locomotiva mas sim provocar uma interrupção e danos económicos (tempo é dinheiro). Entrámos no segundo túnel e fizemos mais dois cortes, marcando todos com tinta cor de rosa e deixando uma faixa como aviso.
A linha em questão atravessa o desfiladeiro de Avon de Royal Portbury Dock, sobre o Avonmouth, é apenas para o transporte de mercadorias (sem passageiros) – 70% do carvão importado pelo Reino Unido para gerar energia vem através destas molas. Esta linha é um gargalo para a dispersão no país. A maior parte vem dos EUA onde rebentam montanhas para o extrair assim como da Rússia – de Shor e Teleut, terras ancestrais devastadas na Sibéria ou de sítios como a Indonésia onde dizimam florestas para lá voltar semeando minas e plantações. Isso para manter as fábricas a funcionar e as luzes acesas, enquanto sentimos vontade de escapar das prisões laborais e reconquistar as estrelas. Outras cargas transportadas nesta linha incluíam agregados de construção e veículos novos a caminho da sala de exposições. Mais linhas de alta velocidade estão a chegar ao Reino Unido, mais estradas, mais terra selvagem e vida animal dizimada no frenesim do progresso.
Depois de ver as actividades fogosas contra o fluxo de carvão na floresta de Hambach, na Alemanha, desde o Ano Novo – não desistam da luta! – ou o corte dos carris na anel de carvão na Escócia, alguns anos atrás, por pessoas desconhecidas quando as lutas contra a extracção de carvão iam no ponto alto, entendemos por fim que não somos originais. Nem sequer é a primeira vez para as emboscadas de eco-sabotagem naquela linha de Portbury nem tampouco para carga problemática ao longo dos anos. Vemos ataques atrás de ataques em linhas ferroviárias em diferentes países, está ao nosso alcance prejudicar os circuitos que alimentam a besta, só temos que enganchar a nossa coragem, manter um olho aberto para as fraquezas, talvez começar com pequenas coisas mas sonhar sempre em grande. Neste momento estamos a ler sobre danos económicos deste mês por sabotadores ferroviários no norte de Espanha, afirmamos também a nossa solidariedade e respeito pelos anarquistas que se encontram lá com casos abertos em tribunal ou atenção policial sob outra forma, rimos-nos ao ouvir falar dos seus belicosos e incontroláveis espíritos que se mantêm quando reprimidos na luta contra a rejeição do domínio. Talvez as fagulhas acesas nos túneis do comboio se tenham reflectido sobre os Alpes e mais além para iluminar o céu para aqueles que se encontram em celas negras por tentarem parar o capitalismo de alta-velocidade e as suas tecnologias nano-mundiais.
Juntando a nossa força com as tribos próximas e distantes, recusa e ataque! Bloquear os fluxos rotas, adiante com xs lutadorxs!
A caminho de uma vida selvagem e livre de carvão, pedreiras, carros ou bófia.
Grupo de sabotagem do desfiladeiro de Avon “ Areia nas Engrenagens”, de saída….