Chamada à solidariedade!
As companheiras anarquistas acusadas de participar numa expropriação a uma sucursal bancária de Aachen, em Novembro de 2014, continuam encarceradas na Alemanha à espera do começo do julgamento, marcado para 23 de Janeiro de 2017. A companheira holandesa, processada também por expropriações a sucursais bancárias no mesmo território, encontra-se em liberdade atualmente, ainda que o ministério público tenha apresentado um recurso após a sua absolvição. (+ info: aqui)
A partir da Solidaritat Rebel queremos que sintam a solidariedade trespassar fronteiras, barrotes e muros, enviando-lhes toda a nossa força e cumplicidade.
Propomos desmascarar e apontar três actores importantes no sequestro das nossas companheiras:
1) A acusação: Pax Bank e os seus sócios
As sucursais bancárias onde se perpetuaram as expropriações pertencem às entidades Pax Bank e Aachener Bank. O Pax Bank é um banco ligado à Igreja Católica – desde que foi fundado por sacerdotes em Colónia, durante a Primeira Guerra Mundial – recentemente vinculada ao mercado de armas. Embora prediquem humildade, ética e moral, enchem os bolsos vendendo armas em guerras para, em seguida, pedirem orações pelas vítimas. Mais uma amostra da aliança indessolúvel entre Igreja e Capital. (+ info: aqui)
2) Os cúmplices e servos do Estado: colaboração entre Estados e seus corpos policiais
Da Polícia Criminal e do Departamento Estatal de Investigação Criminal (LKA) alemães saíram as ordens, dirigidas aos outros Estados, de recompilação de informação: por exemplo, foram os Mossos d’Esquadra (polícia da Catalunha) que recompilaram dados para identificação e localização dxs nossxs amigxs. Para além disso, a Europol emitiu o mandado de busca e captura que terminou com a extraditação dxs nossxs amigxs para prisões alemãs (trazidxs da Bulgária e da região de Barcelona). As fronteiras, mais uma vez, são apenas reais para os pobres, os rebeldes, os imigrantes …; nunca para os ricos, forças repressivas ou Capital.
3) Tecnologia de controlo social e repressão: novas (e as que não são tão novas já) técnicas
Uma das evidências-chave para a acusação era a amostra de ADN recolhida pela Polícia da Catalunha, sem o conhecimento das acusadas. Outra das provas foi o estudo biométrico das imagens gravadas pelas câmaras das sucursais e das suas redondezas: forma da cabeça, da mandíbula, da maneira de andar…toda a informação foi extraída dessa maneira, dia após dia, quando andávamos pelas ruas vídeo-vigiadas.
Isso sem deixar de lado o nosso ódio e rejeição às prisões, como centros de punição para a dissidência; o nosso ódio a todos os e-bancos, media burguesa, Igreja e restantes aliados do Estado e do Capital. Apesar dos sucessivos golpes repressivos, é a continuação da luta o que impedirá que as nossas ideias e práticas rebeldes sejam atingidas.
Não cairemos nos seus jogos de inocente ou culpado, isso não nos importa. Não são vítimas, são lutadorxs – no próximo dia 23 de Janeiro começa o julgamento – assim reafirmamos-lo uma vez mais, recusando essa categorias, tecendo laços de solidariedade e rebeldia. Por isso mesmo incentivamos todxs a solidarizarem-se com elas no sábado, dia 21 de Janeiro, nas ruas das vossas cidades, bairros, vilas ou aldeias de forma a tornar visível o caso que mantém sequestradas as nossas companheiras. (+material: aqui)
Manteremos o blog atualizado com toda a informação que formos entretanto obtendo dos inimigos das nossas companheiras (que também são nossos).
AS ANARQUISTAS PRESAS NA ALEMANHA NÃO ESTÃO SOZINHAS.
QUEREMOS-LAS LIVRES.
QUEREMOS-LAS PRÓXIMO.
*Nota dxs tradutorxs: A 12 de Janeiro, 19.30h, cerca de 30 compas, à porta do hotel Imperial na Gran Vía, em Barcelona – onde se celebrava um aperitivo exclusivo da Câmara de Comércio Alemão para Espanha – bloquearam a entrada com uma faixa, leram um comunicado e lançaram centenas de flyers em solidariedade com xs companheirxs acusadxs de um assalto em Aachen.