Ação simultânea contra o consulado argentino e nas ruas da burguesia, em Porto Alegre: Desapareceu Santiago Maldonado e não ficamos indiferentes.
Em ação simultânea, o consulado da Argentina em Porto Alegre foi fisicamente atingido com garrafas de tinta enquanto que a Av. Goethe – uma via de relevância para boa parte da população burguesa e exploradora de Porto Alegre – foi paralisada pelas chamas de ódio e da revolta duma barricada. Panfletos, uma faixa pela aparição com vida de Santiago e a solidariedade com xs mapuches, foram deixados no consulado e na passarela da Av. Goethe respectivamente.
Se chamamos pela aparição com vida de Santiago, isso não é demanda nenhuma. Não viemos para pedir nada ao Estado Argentino pois deles nada esperamos. Se chamamos pela aparição com vida de Santiago é porque lançamos, com força, o grito da agitação por ele, o grito da solidariedade combativa que não fica indiferente, o grito de guerra contra um sistema da dominação colonizadora.
É oportuno lembrar que Santiago foi feito desaparecer durante o ataque contra o Pu Lof Cushamen, da provincia Chubut, território mapuche pré-colombiano. Ataque demandado pela empresa italiana de moda Benetton – “dona” de 900.000 hectares na Patagónia, desde 1991. É devido a esta histórica cumplicidade – entre os estados e os “produtores” capitalistas – que muitas culturas e formas de vida são banidas dia a dia e que, hoje, lamentamos o sumiço de mais uma pessoa que luta.
O guerreiro povo mapuche luta contra estas invasões faz séculos, vivendo em constante conflito contra os estados chileno e argentino. Deles nos chega uma história cheia da digna insubmissão, de pessoas que – contra todas as probabilidades- resistem, existem, e confrontam a dominação.
A repressão do Estado Argentino, ao atacar o território mapuche e fazer desaparecer o anarquista Santiago, é mais uma expressão da sua tentativa de controle e guerra às pessoas que não aceitam as estruturas de poder e dominação. Repudiamos qualquer ação autoritária, atacando a ordem e os poderes estatais.
Nossa resposta foi a ação direta, a cumplicidade e solidariedade entre xs que lutam. Pois não importa onde estejamos, não haverá indiferença entre aquelxs cujxs corações não se deixam dominar, entre xs lobxs neste mundo de ovelhas. Faremos com que sintam nossa raiva. Rompamos o sossego dos cúmplices do sumiço de Santiago, gritemos pela sua aparição com vida.
A solidariedade – para com xs companheirxs que lutam pela destruição do sistema capitalista- não conhece fronteiras.
Pela aparição com vida de Santiago Maldonado!
Pela liberdade do Lonko Facundo Jones Huala!
Pela liberdade dxs peñis mapuches sequestradxs pelos estados!
Marichi wew!
[Dez vezes venceremos!]
“Atacamos este símbolo do estado argentino por ser parte do genocídio do povo Mapuche e da desaparição do anarquista Santiago Maldonado. Assim como aqui, a colonização segue lá – aniquilando os povos e destruindo a natureza, visando apenas lucro.N a ditadura e na democracia, o Estado é o assassino daquelxs que lutam pela terra e pela liberdade.Ninguém será esquecidx e estarão sempre vivxs em nossas ações.
Solidariedade combativa!
Morte ao estado e à civilização colonizadora“
Pela aparição com vida de Santiago Maldonado.
Se tocam a um@ tocam a tod@s