M.I.A. – Manifesto 16/11:
A célula “Carlo Giuliani” do Movimento Insurgente Anarquista assume a autoria dos quatro ataques incendiários que consumiram agências bancárias na madrugada do dia 16 de Novembro de 2015, na cidade de São Paulo.
No dia 15 de Novembro é “comemorada”, entre grandes e irônicas aspas, a proclamação da república. Temos este fetiche por comemorar datas e personagens históricos que lembram nossos massacres e subserviências. Não comemoramos as insurgências de escravos ou a Insurreição de Canudos, tampouco celebramos o passado épico de Marighella, Zumbi, João Cândido, Jesuíno Brilhante, Olga ou Espirtirina Martins. Na contramão da lógica, compramos a versão histórica enlatada, contada pelos vencedores que hoje continuam a nos dominar.
A fétida e corrupta monarquia que parasitava o Brasil, deposta após a proclamação da república, não difere em absolutamente nada da elite que hoje parasita a tão admirada república democrática. Banqueiros, lobistas, políticos, corporativistas, CEOs, especuladores e latifundiários, todos vermes que acumulam inúmeras riquezas em cima do suor alheio.
República, presidencialismo, monarquia ou mesmo social-democracia. Não há alternativa para um capitalismo mais “humanizado” pois o problema é o próprio capitalismo. Seremos oprimidos e explorados enquanto houver capitalismo, classes sociais e exploração do homem pelo homem.
Não acreditem em soluções mágicas propostas por demagogos e oportunistas. Não há alternativa para a crise capitalista que se agiganta no horizonte. Impeachment, golpe, eleições ou qualquer outro paliativo não solucionará os problemas estruturais que o Estado brasileiro apresenta. Somente a organização autônoma, livre e revolucionária dos trabalhadores, trabalhadoras e jovens, poderá garantir a construção de uma nova sociedade rumo à plena liberdade.
Ressaltamos: não há como se manter pacifista frente à uma das sociedades mais violentas já construídas ao longo da história. Não nos iludimos em acreditar que esta gigante pirâmide de opressões hierarquizadas poderá ser derrubada ou mesmo deslegitimizada a partir de ações pacíficas.
Prosseguiremos a violentamente atacar a superestrutura de dominação capitalista. Faremos da pólvora e do fogo nossa única voz frente às injustiças para a construção e propagação das guerrilhas urbanas anarquistas que hoje começam a surgir em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, paralelamente à luta de massas que também surge com novos sujeitos revolucionários.
A luta dos estudantes em São Paulo contra o fechamento das escolas públicas pelo regime ditatorial e militarista de Geraldo Alckmin é extremamente heróica e notável. Nossa mais sincera solidariedade, força e compaixão à todas as 19 escolas ocupadas, até o presente momento, por alunos e alunas. Continuem a resistir bravamente. Não se intimidem com os ataques da polícia, da mídia ou do judiciário. O povo certamente está com vós.
Nossa solidariedade também para com a luta feminista das mulheres que marcharam em São Paulo e no Rio de Janeiro contra o fascínora Eduardo Cunha e toda a corja reacionária que hoje infesta o cenário político e econômico com suas podres agendas conservadoras e teocráticas. Continuem a lutar a boa luta, o povo também está com vós!
Nossas condolências e mais sincera solidariedade às vítimas, familiares e todos os atingidos pelo desastre de Mariana, perpetrado pela tríplice capitalista Vale, Samarco e BHP Billiton. Um prévio aviso: suas ações que acabaram por acarretar em danos irreparáveis ao meio ambiente e à vida de milhares de pessoas em prol do seu sujo lucro, não passarão em branco.
Ademais, gostariamos também de saudar a Greve Geral que ocorreu na Grécia no último dia 12 deste mês, contra a austeridade, a pobreza e a repressão impostas pela elite banqueira da Europa. Nossa mais sincera solidariedade à Conspiração das Células de Fogo, em especial aos camaradas gregos que hoje se encontram emprisionados: Gerasimos Tsakalos, Olga EKonomidou, Haris Hatzimichelakis, Christos Tsakalos, Giorgos Nikolopoulos, Michalis Nikolopoulos, Damiano Bolano, Panayiotis Argyrou e Giorgos Polydoras.
Continuaremos a aumentar progressivamente nossos ataques de acordo com o aumento em nossa capacidade operacional. Esperem por mais sabotagens e ações diretas para os próximos meses.
Convocamos de antemão à todas e todos os anarquistas e comunistas que se preparem material e logisticamente para o último mês deste ano. O Dezembro Negro está sendo organizado por revolucionários de todos os cantos do mundo, visando ataques múltiplos, contínuos e constantes, e será, se tudo ocorrer como planejamos, reconhecido pelo caos e pela energia revolucionária que tomará conta de São Paulo e demais estados brasileiro.
Façam da prática e da ação direta a evolução da teoria libertária. De forma autônoma e descentralizada, a partir de pequenos grupos de intimidade, qualquer um disposto e organizado pode realizar suas próprias ações.
Nenhum passo atrás.
Guerra ao Estado e ao Capital!
Cartaz do Dezembro Negro pelo Movimento Insurgente Anarquista (M.I.A.):