Nalgum lugar de Santiago, por volta das oito da noite desta sexta-feira 1 de Julho, rompemos a normalidade dando uma machadada no sistema, acendendo uma barricada simbólica e lançando panfletos com carinho e cumplicidade ante o brio daquelxs que hoje, voando entre as trevas, constroiem a sua liberdade.
Não nos vemos mas sentimos-nos.
Um uivo à lua, seja onde for que nos mire; um suspiro ao nada que como vento acariciará as insaciáveis almas; nós lhes daremos a paga, hoje é o silêncio que te ampara, manteremos a obscuridade até que cada compa logre o seu refúgio. Reconhecemos as derrotas e as confrontamos diariamente como quem não tem nada a perder, não entramos em transe, permanecemos aqui no sussurro.
Não nos vemos mas sentimos-nos e sentindo-nos o mundo arderá sempre; hoje em dia é a cumplicidade que torna o ataque mais forte, por toda a parte o sol aparecerá encadeando e fazendo arder entregas e apologias, divinizações e demonizações… Nenhum ente é descartável, nenhuma ação é uma obra de teatro.
Com xs presxs e até que se destrua a prisão.
Com a eterna fuga, até que todxs possam correr por onde quer que se queira.