No sábado, 17 setembro, no bairro ateniense de Maroussi, houve uma ação contrainformativa acerca do ataque incendiário que recebeu a okupa Kouvelou na quinta-feira passada. A concentração na estação de metrô local durou muito tempo e foi acompanhada por um evento no mercado do bairro, onde foi distribuído o seguinte comunicado da okupa:
Tirem as mãos das okupações
Por volta da 3h da madrugada da quinta-feira, 15 de setembro de 2011, a Okupação Kouvelou, localizada na esquina das ruas Dionísio e Solon, no bairro de Maroussi, recebeu um ataque incendiário. Como conseqüência do incêndio o telhado caiu e quatro salas do prédio também foram queimadas. A mansão Kouvelou, que está okupada desde 7 de abril de 2010, constitui o lar de nossas idéias políticas e a base da nossa ação política, e ao mesmo tempo funciona como um espaço social livre. Durante este período, como proposta de auto-organização e de solidariedade, funcionando com estruturas anti-hierárquicas, temos conseguido limpar a área da mansão e torná-la funcional, realizando eventos com conteúdo político, bem como intervenções na comunidade local com ações contrainformativas.
Em tempos de crise sistêmica (política, social, econômica, institucional), e enquanto são visíveis fenômenos de tensão e agitação social, o Estado opta por proteger-se, intensificando o grau de repressão para manter a sua posição de poder. O objetivo é “atacar” cada fragmento da sociedade que resiste a suas planificações. Os espaços políticos e as ocupações, como parte dessa luta, estão no centro das atenções do aparelho repressivo, que age contra elas com despejo, investigações e processos, que muitas vezes vão acompanhadas de finanças excessivas. E isso, por serem núcleos de processos políticos, de união dos lutadores e da coletivização de suas ações.
A atividade política de tais projetos, que aumentou recentemente na Grécia, é natural que se enfrente a vários grupos neo-fascistas. Alguns grupos que se molestam diretamente com as propostas apresentadas por esses projetos, como as de igualdade e a solidariedade entre todos os sujeitos sociais, sem discriminações e segregações. Os ataques incendiários contra espaços e centros sociais okupados são algumas táticas comuns deles, já que tem havido ataques a companheiros que nelas participam, que ficaram feridos. Além disso, não são poucas as vezes que vimos a sinergia do Estado e de grupos paraestatais em ataques de tipo mafioso, e não apenas aos movimentos políticos, mas também nos pogroms dos imigrantes, em passeatas, e assim por diante.
Concebemos, pois, o ataque incendiário sobre a Okupação da mansão Kouvelou como uma atitude esperada de nosso inimigo político, que pensa que uma ação como essa pode nos intimidar e enfraquecer a nossa comunidade política. No entanto, o fogo pode ter causado danos materiais, mas fortaleceu a nossa vontade e a nossa determinação em continuar a nossa luta como uma entidade política.
Finalmente, como parte do movimento anarquista, anti-autoritário, acreditamos que um ataque como este não é um ataque a um único grupo, mas um ataque a um movimento político mais amplo. Um movimento que, baseando-se nos princípios da solidariedade, se uni e resiste de uma maneira combativa a ataques fascistas deste tipo.
10,100,1.000 okupações, contra um mundo de tédio organizado!
Okupação da mansão Kouvelou, Maroussi.
fonte: epavlikouvelou.squat.gr
agência de notícias anarquistas-ana