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Um grito sincero de liberdade ecoa por toda a Grécia e ameaça espalhar-se por toda a parte. E é com a solidariedade mundial que contam, ao lançarem-nos um desafio à revolta generalizada, um convite à participação na guerra total contra este sistema, à ocupação de espaços, às sabotagens, aos ataques, às expropriações, à solidariedade constante com os prisioneiros políticos, com os imigrantes, com as ações antifascistas.
Com metade dos jovens desempregados, 5 anos de recessão, 2 anos de austeridade, protestos e greves contra o empobrecimento programado pela troika sem qualquer eco nas escolhas políticas ou económicas do país assim começou, nos dias 10 e 11 de Fevereiro a mais recente greve geral grega. Os sindicatos de base, movimentos sociais e outros grupos e indivíduos combativos começaram as mobilizações, em toda a Grécia, para bloquear o parlamento no dia 12, de forma a impedir a aprovação de um novo pacote de medidas antissociais, decorrentes das imposições da Troika, que ameaçam a sua sobrevivência e os reduziriam a uma escravatura total.
Anarquistas, antiautoritários e autônomos ocuparam desde quinta-feira até segunda-feira a Faculdade de Direito de Atenas como “centro de luta e de contrainformação”, enquanto o Ministério da Saúde foi ocupado por trabalhadores do setor da saúde mental. Outros municípios e edifícios públicos sofreram ocupações por parte dos grevistas em diversas cidades do território grego.
Dentro das prisões, tanto masculinas como femininas, os protestos foram generalizados. Um projeto de lei de “justiça”, relativo entre outras coisas, ao descongestionamento das prisões gregas, foi rejeitado recentemente no Parlamento. Esperava-se obter um efeito positivo que poderia ter significado a libertação de muitos presxs (cerca de 1.500 homens e mulheres). Protestos coletivos imanentes às condições legislativas e de vida estão, neste momento, em marcha. As prisões envolvidas na mobilização a nível nacional incluem, até ao momento: Grevena, Trikala, Larissa, Koridallos, Nea Alikarnassos-Creta, Corfu, Malandrino, Patras, Domokos, Nafplion, Tebas (presídio feminino), Centro de Detenção de Menores de Avlona (prisão juvenil), Chios, Serres Nigrita, Komotini. No interior destes buracos infernais e saturados da democracia, os prisioneiros estão a levar a cabo protestos tais como recusando comer no refeitório, ou sedição no período da tarde, recusando-se a voltar para a cela após o tempo de pátio; também em muitas prisões estão sucedendo greves por parte dos prisioneiros que trabalham (Alikarnassos e Patras, e estão em greve). Todos e todas que participam nos protestos sabem que correm o risco de perder a condicional ao sair da prisão, e vivem, constantemente, debaixo da ameaça de castigos disciplinares e de torturas (à parte da dramática falta de comida, de aquecimento, etc.).
No Domingo, o dia em que se aprovariam os “ajustamentos” exigidos pela Troika, a maior manifestação contra os cortes, com mais de 500.000 pessoas acabou em confrontos em Atenas, com a polícia a lançar gás lacrimogéneo contras de milhares de manifestantes que assediavam o parlamento.
As manifestações foram marcadas por fortes confrontos com as forças repressivas, com profusão de pedras e coquetéis molotov. No final do dia, grupos de manifestantes pegaram fogo a dezenas de edifícios, incluindo dois cinemas, para além de sedes bancárias e cafeterias de cadeias multinacionais.
Entretanto, os Anonymous anunciaram ter atacado vários sites do governo e da polícia grega.
A 12 de Fevereiro, o povo vivenciou um dos capítulos mais marcantes na história da resistência contra a barbárie, o totalitarismo, o fascismo, o Poder e o Capital, e pela liberdade e dignidade. O dilema “submissão ou revolução” é mais atual e urgente do que nunca, não só para aqueles que vivem no território do Estado grego, mas todos os seres humanos neste planeta que aspiram a viver em liberdade. Tudo começa agora.
A solidariedade internacional irá mais uma vez provar ser a chave para a continuação da nossa luta.
Vídeos da greve geral, 10/2
Heraklion, ilha de Creta, 11/2: Ocupação do canal CretaTV por anarquistas e anti-autoritários – “Capitalismo ou Revolução”
Vídeos desde Atenas, 12/2
http://www.youtube.com/watch?v=_TUEchwXFsE
Ler também a cobertura em espanhol: 10 – 11 de Fevereiro
Fotogaleria e mais informações em inglês: 12 de Fevereiro
mais informações em breve