Passaram várias semanas desde a última atualização do caso dxs anarquistas detidxs a 5 de Janeiro 2014. Vários acontecimentos se sucederam desde então. Aqui vai uma atualização desses factos:
Todas as vezes que a Procuradoria Geral da República não encontrou elementos suficientes para manter as acusações de Terrorismo e Delinquência Organizada contra xs três, foram consignadxs pela procuradoria local sob as acusações de Danos e Ataques á paz pública.
O seu processo encontra-se na etapa de apresentação de provas e a sua primeira audiência realizar-se-á nos dias 2 e 3 de Abril.
Amelie e Fallon foram levadas para a prisão de mulheres de Santa Martha e Carlos para o centro de reclusão Oriente.
Elas já se encontram na área de população geral. Ele ainda continua na área de Observação e Classificação, mas seguramente nos próximos dias será levado para a área de população geral.
Queremos ampliar as informações sobre a situação de Carlos explicando um pouco as condições em que vivem os milhares de presos nos centros de reclusão da cidade do México.
Nestes centros de reclusão existe uma grande rede de corrupção e complicidades entre as autoridades e alguns dos presos, os quais reproduzem a lógica da prisão ao assumirem-se como carcereiros dos outros presos. Esta rede de corrupção e complicidades não serve somente para fortalecer este rol disciplinar das prisões, mas também é um grande negócio, pois a maioria dos presos são obrigados a dar dinheiro por tudo: visitas, passe de lista para chamadas telefónicas, etc, a troco de não serem atacados por aqueles outros presos que gozam da proteção das autoridades, as quais recebem por sua vez parte desse dinheiro. Estes presos mantêm o controlo sobre praticamente todo o tipo de preso.
Há uns dias inteiramo-nos que Carlos teve um problema com outro preso, chegando a brigar com ele, motivo pelo qual intervieram os guardas batendo nos dois e encerrando-os durante 9 horas em celas de castigo. Ao sair do castigo, Carlos foi transferido da área de ingresso na qual se encontrava para a de classificação. Aí foi-lhe requerido um pagamento para se livrar da tarefa de limpeza, conhecida como ”faxina”. O compa decidiu não pagar. A “faxina” consiste em limpar determinada área mas segundo um esquema de exercícios muito pesados. Durante a faxina do primeiro dia, Carlos foi novamente agredido por presos, os quais tentavam que se dobrasse para que terminasse a pagar.
Hoje soubemos que o companheiro está doente, devido à humidade que havia na cela de castigo, para além de se encontrar muito dorido nas costas devido aos golpes recebidos. No entanto mantém-se firme e forte nas suas convicções.
As companheiras Amelie e Fallon por sua vez não passaram por este tipo de situações.
Chamamos a expressar a nossa solidariedade com xs detidxs do 5 de Janeiro. Continuaremos a difundir a sua situação.
Liberdade a Carlos, Amelie e Fallon!
Solidariedade com Mario González!
Uma saudação ao compa Tripa, que os teus passos nunca se detenham!