Saímos em grupo, cerca de 20 companheiros, para colocarmos barricadas junto às instalações da faculdade de ciências e humanidades Atzcapotzalco, com a finalidade de promover e preparar o terreno tendo em conta a chamada de agitação e propaganda por um JUNHO NEGRO*.
Perante um quotidiano de renúncias e dissabores, perante as rotinas de repetição, de aborrecimento, de marginalização, de vigilância, de abusos, de falta de respeito; decidimos sair e romper com a mentira que nos contam, com a mentira em que vivemos, com a ordem que distribui a desigualdade e que prolonga e assegura o lugar dos poderosos, sejam de que cor sejam, chamem-se empresários, políticos, autoridades, instituições, Estado ou mercado.
Saímos para dizer que não repetiremos estas mentiras, que não as contaremos mais a nós mesmos, que não as queremos escutar mais, que não estamos de acordo com a sua ordem estabelecida e que lutaremos até ao seu colapso.
Não queremos que nos representem, não queremos escolher-vos nem trabalhar para vocês, nem viver sob as vossas regras, decidimos tomar o destino das nossas vidas, nas nossas próprias mãos, com as nossas próprias atitudes e desejos, decidimos destruirmos-nos e voltar a construirmos-nos, porque pensamos que um projecto autónomo e de auto-gestão da vida é necessário, ainda mais nestes tempos onde a verticalidade e o poder se apropriaram até do mais mínimo gesto sincero de luta.
– SOLIDARIEDADE IMEDIATA COM OS COMPANHEIROS PRESOS LUIS FERNANDO, FERNANDO BARCENAS E ABRAHAM CORTES.
-SOLIDARIEDADE IMEDIATA COM XS COMPANHEIRXS DA OPERACÃO “PIÑATA”, EM ESPANHA.
POR UM JUNHO NEGRO
BOICOTE AO PROCESSO ELEITORAL
Viva a anarquia
*Junho Negro: Chamada anti-eleitoral de coordenação e ação contra as próximas eleições federais no México, realizada por um grupo anarquista que colocou um dispositivo incendiário no Instituto Nacional Eleitoral da cidade de Puebla, na madrugada de 27 de Março de 2015.