Do Uruguai a Portugal, da China à Normandia, a propriedade privada é a pedra angular do sistema. Do mesmo modo emprega todo o seu esforço em dar lições aquelxs que se empenham na profanação da sagrada propriedade.
Por estes lugares (Uruguai), mais de 24% da população é ocupante, e no entanto o Estado e o Capital continuam a reforçar a perseguição a estas práticas, sobretudo nas zonas destinadas às classes médias ou aos ricos. Mas a necessidade (e em alguns a convicção) levaram-nos a compreender que a propriedade jamais pode estar acima da vida, e não há Lei nem Prisão que possa evitar que as pessoas reconheçam que todxs precisamos de um lugar para habitar e desenvolver os nossos projetos de vida.
A nossa decisão de okupar espaços para nos desenvolvermos, individual e colectivamente, pôs-nos sob o olho da polícia e da justiça; alguns e algumas perderam as suas casas e/ou foram processadxs mas muitos de nós conseguimos resistir colectivamente aos desalojos, em grande medida graças à auto-organização e aos gestos solidários de uma infinidade de pessoas, nalguns casos totalmente desconhecidas mas irmãs na luta contra o Capital e o Estado.
A partir destas terras tão distantes queremos fazer chegar um abraço solidário aquelxs que resistem ao desalojo da C.O.S.A, em Portugal. Por falar em distância, o nosso gesto são mais que palavras é o facto de continuar okupando e propagando a luta pela destruição deste sistema e o pôr em prática nas nossas vidas quotidianas as experiências comunitárias horizontais e auto-gestionárias que ansiamos expandir.
Ao Estado e aos burgueses dizemos-lhes: tirem as vossas mãos dos nossos centros sociais!
Contra os desalojos, solidariedade e okupação!
Núcleo de Okupantes em Luta (Uruguai, América Latina)