{Edição Especial} Projeto Nemesis.
Falar da CCF é falar de convicção revolucionária, é falar de novas formas de dar vida às ideias anarquistas. É práxis contra o mundo decadente, contra os poderosos, aqueles que dirigem as vidas de milhões de pessoas em todo o mundo, contra o capital e tudo o que cheire a poder. Trata-se de ataque – um ataque digno e ilegal desenvolvido de forma progressiva – sob uma nova visão de guerrilha.
A nova guerrilha urbana em território grego instalou na opinião pública a recusa ao modo de vida imposto, aos seus valores e lógica, o jogo da Imprensa por segurança apressou-se a minimizá-los e/ou silenciá-los (da mesma forma que aconteceu e ainda acontece no nosso território), mas o CCF atingiu de tal forma que não importa o que diga a élite grega, os seus media ou quem quer que seja. A prática da nova anarquia está aí, está viva e só resta posicionar-se: de um lado a subordinação e do outro a busca da liberdade.
Uma busca de liberdade em que só cada um dos membros saberá quando começou a traçá-la, o que se sabe publicamente é que a CCF nasce em Janeiro de 2008 – e daí em diante foram mais de 300 os atentados da mais diversa envergadura contra estruturas financeiras, policiais, judiciais, casas de políticos e um longo etc. em território grego – o medo mudou de campo, os poderosos já não se podiam manter tranquilos, seguramente que nojentas polícias procuravam dia e noite xs executorxs daqueles atos, atos esses que punham em causa a segurança interna.
Por outro lado, as ideias e atos de guerrilha levados a cabo pela CCF começaram a cruzar fronteiras, e claro, chegaram rapidamente ao nosso país, tal como a muitos outros. Sempre que membros da organização foram detidxs novas propostas chegavam a diversos lugares, a luta não acabava na prisão, esta tornava-se um novo campo de batalha. Os poderosos e os media de certeza que festejaram o suposto fim da CCF – supunham que a prisão seria o suficiente para apaziguar a ação anarquista, no entanto com o tempo ficou claro que as ideias fluíram novamente, saíam da prisão e materializavam-se em comunicados, livros, revistas e supostamente em ações da mais diversa índoles em diversos países (o Chile, por exemplo) enquanto que na Grécia renascia novamente nas ruas, com uma conspiração que procurava dar continuidade ao projeto da nova guerrilha urbana.
De aí em diante – com prisioneirxs nas prisões de máxima segurança, com perseguições e extorsões a familiares, difamações, através de extensos julgamentos que procuravam condenações eternas, com prémios sobre as cabeças dxs clandestinxs, com outrxs companheirxs que continuam nas ruas – a CCF não terminou e isso ficou demonstrado através de uma nova proposta internacional na qual se procura atentar contra o meio envolvente pessoal do inimigo: o Projeto Nemesis.
Assim, a CCF começou por fazer voar um explosivo na casa da procuradora do Ministério Público Georgia Tsatani e lançando a sua proclamação. As ideias chegaram ao nosso território e alguns grupos de ação anarquista responderam. Uma bomba falsa semeou o pânico numa Villa Militar, recinto onde vivem membros das Forças Armadas. Posteriormente uma bomba incendiária queimou o acesso da Associação de Funcionários do Poder Judicial. Por outro lado, da Grécia para a Alemanha, a CCF voltaria a causar estragos, através do envio de uma carta-bomba ao Ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. A quinta e última ação de que temos conhecimento é a de uma bomba incendiária que danificou a Confederação de Donos de Camiões (Chile).
Nesse sentido, querendo promover a expansão das ideias e ações da CCF à volta desta proposta internacional e por conseguinte as ideias e ações dos diversos grupos que a ela responderam – e como não – dos 10 anos passados desde a aparição daquele grupo armado grego, demos corpo a este boletim especial.
O nosso trabalho é uma modesta contribuição da propaganda que temos vindo a realizar desde 2012, sob o nome “La Bomba”, um boletim cujo objectivo é que não se percam as contribuições em torno do ataque anarquista no Chile; é por este motivo que continuamos a criar um arquivo tanto on-line como material, de modo a que estas iniciativas continuem a ter difusão e possam ser lidas em qualquer parte do mundo.
Editorxs do Boletim “La Bomba”.
Janeiro 2018, Chile.
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