Rede tradutora de contrainformação

[Espanha] “I Punhalada no nacionalismo” – fanzine

Já está disponível a 1ª parte desta colecção de recompilação de textos anarquistas contra o nacionalismo. No primeiro número podem encontrar textos sobre os seguintes temas:

– A pátria

– O nacionalismo como religião política

– Multi-culturalismo, capitalismo e nacionalismo

– Espaço, território e cultura

– Nação e nacionalismo: o atractivo manjar envenenado

– Estratos de “O persistente atractivo do nacionalismo” de Fredy Perlman

– Diferenças entre nacionalismo e anarquismo

– Catalunha no contexto do movimento populista

– Algumas considerações sobre a situação actual na Catalunha e a actuação dxs anarquistas

– Sobre a tríade, pátria, independência e estado

Podem descarregar aqui o PDF ou encontrarem-no nas distribuidoras, locais anarquistas e centros sociais de diversos pontos de Espanha. O preço de venda ao público é de 2 euros, sendo 1,5 euros o preço de venda a distribuidoras. Para realizar pedidos (ou enviar propostas de textos para futuros números) escrever para o seguinte mail: grupotension@inventati.org

Deixamos aqui a introdução

Um vez mais voltou a passar por aqui. Nesta altura nem faz sentido qualquer surpresa. Vivemos um processo de repressão, exploração e miséria material em crescendo. E novamente a burguesia conseguiu canalizar toda a raiva que isso poderia vir a gerar. Voltaram a adiantar-se. Após o 15M, conseguiram resgatar um antigo canto de sereia, apto para revoltosos e acomodados, com capacidade para seduzir tanto a mais aguerrida das militantes revolucionárias como o casposo mais reaccionário que possas imaginar.

Damas e cavalheiros, permítam que lhes apresentemos o nacionalismo.

O nacionalismo é jovem. Sabemos que não o parece. Se olharmos para trás parece até que anda connosco desde o princípio dos tempos. De facto, é isso que os seus amigos mais próximos querem que acreditemos. No entretanto sabe-se que nasceu há pouco tempo ainda, no seio de uma família numerosa mas muito bem estruturada. Os seus amorosos progenitores são tanto o Estado como o Capitalismo que o decidiram engendrar quando a sua irmã, a burguesia, acedeu ao poder.

O nacionalismo é atraente. Tem um não sei quê que conquista, que agrada tanto aos próprios como a estranhos. A sua última grande façanha foi ter atraído a esquerda – que tradicionalmente tem apoiado o internacionalismo. A verdade é que – se nos pusermos a pensar bem – nunca se conformou com isso. Conseguiu até a proeza de ver certos sectores da chamada “esquerda radical” apoiarem coisas que até há pouco tempo custava a acreditar ser possível, como os mossos (bófia da Catalunha). Ou que vejamos anarquistas convocando para votar num referendo ou a defender a democracia.

O nacionalismo é oportunista. Chegado o momento, não hesitará a deixar de lado a todxs xs que conseguiu que o apoiassem. Todxs xs oprimidxs e  exploradxs que agora mesmo estão a encher a boca com a “independência do capitalismo e do estado. E que continuarão a sofrer se a Catalunha se tornar independente. Ou se a Espanha mantiver a sua sacrossanta unidade.

Uma vez dito tudo isto sobre o nacionalismo, demos-nos conta que não gostamos disso. Não só isso, mas que acabamos por compreender que é nosso inimigo e que temos que nos livrar dele. Nós o queremos morto e enterrado. Esperamos que este fanzine possa ser a primeira punhalada de muitas que o conduzam à morte.

Não queríamos terminar sem dedicar algumas palavras a Rodrigo Lanza, recentemente preso como consequência da morte de um neonazi em Zaragoza. Preso como resultado do aumento do nacionalismo do Estado espanhol, que não hesitou em utilizar o seu caso para apontar, reafirmar e reforçar o seu próprio nacionalismo frente ao catalão. Porque a luta contra o fascismo é sempre uma autodefesa, enviamos-te muita força e apoio, companheiro.

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