Rede tradutora de contrainformação

Atenas, Grécia: Ataque incendiário da Célula de Ação/Metropolis Fallen – FAI/FRI a carro de jornalista da SKAI

“Enquanto a necessidade for socialmente sonhada, o sonho continuará a ser uma necessidade social. O espetáculo é o pesadelo de uma sociedade moderna acorrentada e, em última análise, não expressa nada além do desejo de dormir. O espetáculo é o guardião desse sono.”
Guy Debord

Estamos a assumir a responsabilidade pela colocação de um dispositivo incendiário no carro de G. Papahristos, à porta de sua casa, em Agios Dimitrios, ao amanhecer de 18/4.

G.Papahristos é um pedaço de lixo humano dos círculos jornalísticos. A sua carreira é semelhante a tantas outras dos da sua laia. Um político “todo o terreno” que, a intervalos regulares, é chamado a oferecer os seus serviços aos interesses autoritários relevantes, sejam eles políticos ou económicos, como o demonstram bem os seus empreendimentos profissionais que vão desde a “verde” DOL à neoliberal SKAI.

Mas qual é o papel institucional do jornalista?

Para nós, o jornalista constitui uma parte crucial do mecanismo ideológico de ludibriação massiva dos media, chamado a servir os interesses do Estado e do capital.  Os serviços principais daqueles – com vista aos interesses acima mencionados – são fornecidos através do cultivo do medo e do embelezamento de certas situações, utilizando-se a desinformação enganosa, a fim de criar o seu próprio conceito de realidade. Na “democracia” grega – onde hipoteticamente predomina a liberdade de expressão – como que por magia o “pluralismo de opiniões” parece convergir para a opinião da élite política e económica. Como resultado, a ‘opinião pública’ está a ser ditada pelas notícias e informação que os gritos dos círculos mediáticos difundiram, sempre visando a segurança e a letargia do poder do Estado, ajudando a expandir o seu sistema de segurança e muito mais.

Mas como é que a mentira é traduzida para ser experimentada, formulando a “opinião pública”?

Através do poder da imagem, os meios para se ludibriar massivamente criam e reproduzem uma bolha de realidade virtual – onde máquinas de bilhetes danificadas são combinadas com actividades criminosas comuns, a luta revolucionária armada com ataques da jihad, estilo de vida com subcultura, solidariedade imigrante com ONG de caridade e a luta antifascista está conectada a ataques racistas. O resultado da pré-mencionada prática é o estabelecimento de uma distorcida verdade fabricada no subconsciente das massas – fornecendo-lhes o backup [cópia de segurança] dos condutores de escravos e os aplausos do estado e capital.

Mas o que é que se estabelece através da bolha virtual, experimentada em massa?

Reconhecemos dois procedimentos paralelos, um visível, invisível o outro. O lado visível – baseado na demanda orientada das massas para um maior controle e segurança – cria prisões de alta segurança, condições especiais, alas subterrâneas prisionais para xs guerrilheirxs urbanos anarquistas, câmaras por todos os lugares da cidade, barras de controlo de multidões, campos de concentração de imigrantes, exageradas penas de prisão para quem luta contra o podre existente, bófia em cada vizinhança e enormes centros comerciais para a facilitação dos fluxos de mercadorias. Reconhecemos como parte invisível a produzida pelas relações sociais sob o efeito daquela realidade virtual. Exemplos característicos disso são as relações sociais burguesas modernas, baseadas no medo – subtraindo informações ou sendo informante – no hiper-consumismo, na alienação, no comportamento auto-indulgente e apatia, no apetite lúbrico por patriotismo e religião. Toda essa maquilhagem da sociedade de controle total e de um estado de sufocante silêncio de necrotério que tende a sufocar a resistência dos “invisíveis” e “ilegais” desta sociedade. Sob essas circunstâncias um círculo vicioso é criado entre o estado / capital, os meios de comunicação para ludibriar em massa e a ‘opinião pública’ que tende para ser autónoma e que dela se auto-alimenta.

Enquanto inimigos da sociedade do espectáculo estamos a quebrar esse círculo vicioso com a luta anarquista, tal como o definimos na nossa primeira declaração. Assumimos uma posição de luta, escolhendo os meios para a luta e quebrando as barreiras da legitimidade burguesa. Combinamos actividade aberta com actividade conspiradora, distribuição de panfletos com fogo posto, reuniões de solidariedade com execuções políticas, resistência diária com uma ação revolucionária duradoura, de pé contra as relações sociais falsas para que essa autoridade empurra,criando relações reais de afinidade e solidariedade dentro das estruturas da luta anarquista. Estamos a livrarmos-nos do relacionamento espectador-instigador dentro de estruturas de contra-informação e criando interactividade social instantânea através de uma expressão auto-gerenciada e ação coletiva. Recusamos-nos a viver como temerosos subordinados distorcidos escolhendo o caminho para atacar o regime e superar os papéis sociais já estabelecidos para nós, através de procedimentos insurrecionários. O nosso motivo básico de ação é a transferência do medo que os media – para ludibriar as massas – estão a espalhar e o seu reflexo nos mecanismos estatais.

A fechar, observamos que a gestão de esquerda do Estado está fixada na classificação / limitação dos meios de luta e na despolitização / encarnação de práticas daquelxs que cruzam os limites legais. Isso tem dois resultados diferentes. Primeiro, a asilo(ação) das actividades rebeldes em Exarquia, com a qual estamos solidária e emocionalmente.Mas também contra tanto tempo em que não se espalharam na metrópole, agindo como válvulas de descompressão. Paralelamente a isso, o segundo resultado, é a interiorização do medo e a repressão nesses que supostamente são xs únicxs que resistem, o que resulta na limitação de meios e nas críticas às ações que superam os limites da lei, como bater nos cães das autoridades.

O objetivo por nós perseguido é a unidade da teoria e da ação, dos meios de luta e práticas, todos embutidos em constante actividade revolucionária de modo que, enquanto insurrecionárixs possamos ser realmente perigosos para a classe dominante.

Solidariedade a todxs xs revolucionários anarquistas e para aquelxs que materializam os seus ataques. Ataque por todos os meios contra o estado, instituições do capital e autoritárixs.

PS: Como actividade conspiradora – organizando-a com o desejo de ataque – pode-se destruir os planos dos autoritários com a mesma facilidade com que se acende um cigarro.

Célula de Ação/Metropolis Fallen – FAI / FRI

via 325 em inglês
croce nera anarchica em italiano