No dia 2 de Março do corrente ano, 2 de Março, plantou-se um novo símbolo contra o comboio de alta velocidade, na cidade de Turim. Cerca de 60 ativistas do “Reclaim the fields /Reclama os campos” ocuparam um bocado de terreno entre Corso Marche e Corso Francia. Em poucas horas, foram esculpidas no solo as letras NO TAV e plantou-se uma grande variedade de sementes e pessegueiros.
A ação ocorreu num baldio (terra da comunidade) que será privatizado e arrasado se for construída a linha ferroviária de alta velocidade (TAV) que liga Lyon a Turim. Os ativistas de toda a Europa usaram a ocupação como oportunidade para realizar os seus workshops e seminários sobre energias renováveis de código aberto e sobre as dificuldades existentes de acesso à terra. Muitas pessoas que passavam de carro mostraram, entusiasmadas, o seu apoio e algumas gritaram slogans contra o TAV. A ação terminou com um bloqueio espontâneo do trânsito e uma manifestação pelas ruas de Turim.
Essa ação de jardinagem e horticultura de guerrilha anuncia, também, o início de uma nova luta em Turim para protestar contra a vontade do atual primeiro-ministro não eleito, Mário Monte, de vender as terras de “Demanio”. É um baldio, terra da comunidade, e que se manteve disponível para uso comum desde o Império Romano e segue a lei, independentemente do uso público ou privado. A iniciativa começou por ação do Reclaim the Fields, mas a esperança é ver o bairro recuperar o pedaço de terra, compartilhando, produzindo e colhendo alimentos para todos.
Isto pode ser entendido como uma metáfora para um tipo de crescimento que pode enfrentar o discurso político de crescimento económico usado em projetos como o TAV (em portuguêsTGV).