Rede tradutora de contrainformação

[México] De como a solidariedade ajuda o Sistema Tecno-industrial (S.T.)

A solidariedade que o S.T. implementa é sempre em benefício do seu próprio desenvolvimento. É o primeiro dos seus valores e é o motor que toda a civilização tem que ter para se manter na linha do progresso. A sociedade, que se apega a linhas morais estabelecidas como “aceitáveis”, entraría em colapso na falta dessa solidariedade. É por isso que o sistema impele as pessoas a serem amáveis, tolerantes, a aceitare a igualdade e a paz dentro dos seus princípios: para quê?, para que o sistema continue a funcionar.

A essa solidariedade podemos classificá-la como “solidariedade promíscua ou indiscriminada”, pois não enfatiza qualquer grupo social determinado, ou seja, é a solidariedade aplicável a todas as pessoas em geral.

No sistema convirá grandemente que as pessoas sejam cada vez mais solidárias com os “grupos vulneráveis”(tais como homossexuais, mulheres agredidas, afro-americanos desempregados, doentes terminais, pessoas encarceradas, crianças desfavorecidas, imigrantes desfavorecidxs, indígenas isoladxs, etc) pois dessa forma se perpetuarão os bons comportamentos de tais indivíduos e poderá haver espaço para uma convivência moralmente pacífica no seio dessa sociedade.

Quando um grupo de indivíduos ou um sujeito não adere a essa solidariedade indiscriminada e não a leva à prática, a consequência disso é que será visto como desadaptadx, anti-social ou pior ainda, enfermx mental. Porque razão? Porque o seu comportamento e conduta são antagónicos aos da sociedade, no seu conjunto. É por esse motivo que o/a inadaptadx ativx constitui um perigo para esse mesmo sistema, pois é uma ameaça que exista gente que não aceite os seus valores e que decida fazer o contrário do que o sistema promove.

Dentro do grupo de inadaptadxs ativxs, encontramo-nos nós, xs que não aceitamos essa solidariedade indiscriminada, xs que pomos em causa, rejeitamos e criticamos, com atos e discursos, os valores do S.T., valores como a solidariedade promíscua, a igualdade, o respeito ao/à “estranhx” e outros. Se pudessemos voltar a ver como é que tinha vivido o ser humano há milhares de anos sem a civilização, daríamos conta que existia a verdadeira solidariedade, essa que se dá entre o grupo parental e ou integrantes da tribo.

Para aquelxs que contradizem isso, concordamos que muitas tribos não se mostravam agressivas com outras pessoas estranhas ao clã (tais como os Yanomami): uma coisa é afirmar que em tais grupos ou culturas ancestrais eram aceites estranhxs, em uma ou outra situação, outra muito distinta é termos de aceitar e olhar com bons olhos toda a gente estranha que nos rodeia, por vivermos numa sociedade de massas.

Nós rejeitamos essa ideia, a que dita que só porque estamos compartilhando alguns aspectos da nossa vida com estranhxs (nesta sociedade de massas), temos que xs aceitar e ser “amigáveis” com todxs. Em vez disso, rejeitamos categoricamente a solidariedade indiscriminada, não apoiaríamos homossexuais, mulheres agredidas, americanos desempregados africanos, doentes terminais, pessoas encarceradas, crianças desfavorecidas, imigrantes desfavorecidxs, indígenas isoladxs, a menos que os conhecêssemos e que compartilhassemos um laço de qualquer tipo (mas real) com elxs. Não somos irmãzinhas de caridade, cristãos ou uma ONG! Estamos contra a igualdade: igualdade frente a quê? frente ao governo? frente à igreja? frente às sociedade? lixo!

Os nossos valores são contrários aos da civilização industrial:

– enquanto o sistema prega a solidariedade indiscriminada; nós pomos em prática a solidariedade seletiva.

– o sistema quer que sejamos altamente sociáveis; nós somos individualistas.

– o sistema obriga direta e indiretamente as pessoas a querer reformas, a querer mudar umas coisas por outras; nós rejeitamos essa ideia, o que queremos é o total conflito com o S.T., der como se der.

-o sistema impulsiona-nos ao artificial e à alienação, através das tecnologias sofisticadas; nós criticamos os resultados catastróficos que nos estão a deixar o artificial e essa alienação e pomos em prática a defesa e o respeito total à natureza salvagem.

-o sistema, em geral, cria condições para que as pessoas desviem o olhar ao que é bruto e sem sentido, e, portanto, lutem por algo pelo qual que não vale a pena dar a vida; nós temos que acertar num único alvo, o S.T.

-o sistema usa a violência como arma de dois gumes; nós usamo-la para o atacar e desestabilizar.

-o sistema pretende acabar a todo o custo com a liberdade humana (e da natureza em geral); nós lutamos por essa liberdade, lutamos por desenvolver as nossas capacidades e saciar as nossas necessidades biológica-evolutivas.

Dito isto, saímos para a luz como os ursos selvagens quando acaba o inverno, como os selvagens nús descendo da serra com armas de pedra e algaroba e nos juntamos ao chamado que vários grupos contrários ao S.T., estão a emitir recentemente no México (círculo de ataque-ponta de obsidiana, os editores das revista “Regresión” e de afiadas palavras de “Individualidades tendiendo a lo salvaje”, que desde há alguns anos emitem comunicados incitando,indiretamente, ao ataque), visto desde há anos termos vindo a realizar uma série de ameaças de bomba(telefónicamente, através de mails, e/ou com objetos suspeitos, que até agora têm sido só simulação, mas que geraram tensão), em várias instituições e academias que apoiam o progresso do S.T. – as nomear não se torna necessário mas é importante destacar que foram em Zacatecas, Michoacán, Puebla, Estado do México e o Distrito Federal.

Talvez seja a primeira e a última coisa que publicamente diremos, mas continuaremos com ações de intimidação e terror, e é possível que, um dia destes, daremos início à concretização de dispositivos explosivos para detoná-los dentro dos seus centros de investigação, recordem que os conhecemos bem já que temos lá abandonado objetos suspeitos, antes. Atentos que esta guerra não é um jogo …

Pelo ataque frontal.
Tudo pela natureza selvagem.
Grupo Atlatl.

Significado de termos:

Sistema tecno-industrial: o conceito refere-se à composição real de estruturas tecnológicas e industriais, nas quais se baseia a civilização, assim como se refere também às estruturas morais que este implementa para a boa convivência social.

Civilização industrial: o termo civilização industrial, refere os grandes assentamentos urbanos e sedentários de hoje em dia, que compartilham o final do desenvolvimento industrial, científico e tecnológico.

Sociedade de massas: é a aglomeração de um grupo considerável de pessoas inter-atuando anormalmente entre elas.

Liberdade: é a capacidade da qual necessita a natureza para continuar a ser o que é, selvagem. Sem liberdade perde-se tudo, com liberdade cumpre-se o objetivo de viver e morrer.

Natureza selvagem: é a representação de tudo o que não está domesticado e que. por consequência, não é artificial.

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