Rede tradutora de contrainformação

Berlim: Projeto Fénix #11

Projeto Fénix: Sinais de fumo a partir de Berlim

O fogo entra nas tuas cidades, nas tuas noites. Do nosso espírito, nele contido, esculpimos o seu caminho. Irá aquecer xs nossxs amigxs com solidariedade e incendiar o seu gosto pela ação. Transformará o nosso inimigo em cinzas. Imprime-nos bem na tua memória. Queremos o teu coração. Não importa quem és nem tampouco quem eu seja. Talvez a Conspiração vá transformar em cinzas tanto de nós e, ao mesmo tempo, encher-nos-à de vida. O que conta é o caminho em que estamos e que tomámos este caminho porque temos a liberdade de escolher. Esta liberdade evolui na mente, não é algo porque lutar. O que surge depois não é liberdade, mas o poder sobre a própria vida. O que fazemos não é falar disso; isso é o que pelo qual lutamos”. (CCF) [1]

Reivindicação de responsabilidade por alguns fogos postos em Berlim

A 8 de Abril de 2014 incendiámos um veículo da autoridade reguladora municipal e o carro de uma empresa de segurança, perto da principal estação ferroviária de Berlim.

As autoridades reguladoras municipais de Berlim receberam da bófia a tarefa de andar atrás das infracções administrativas e manter os olhos e os ouvidos bem abertos no dia a dia da cidade. Limitados, bisbilhoteiros,  equipados com rádio transmissor e spray de pimenta. Eles trabalham, assim como a bófia, em conjunto com as empresas de segurança privada. Na principal estação ferroviária, compartilham um estacionamento para funcionários com uma empresa de segurança, ao lado de uma esquadra de polícia.

Também assumimos a responsabilidade pelo incêndio dum veículo da embaixada pertencente a uma diplomata grega, em Berlim, a 24 de Abril no distrito de Dahlem, cheio de moradias.

Os representantes diplomáticos de um Estado são exatamente o endereço certo para correspondências ardentes. Desta forma belisca-se o seu sentimento de superioridade e invulnerabilidade, tal aconteceu recentemente com o embaixador alemão em Atenas, em que foram disparados tiros na sua casa. O Estado é em si o problema, algo que muitos lutadores em lutas seccionais não levam em consideração. Nazis são Estado; armamento e tecnologia nuclear são Estado; alterações climáticas e pobreza também são Estado.

Através da nossa acção negamos o monopólio do Estado sobre a violência.

A Alemanha assume uma posição que promove a repressão no que diz respeito à aplicação das políticas de imigração na Grécia. Não é suficiente para a política alemã que a maioria dxs refugiadxs que chegam à Grécia acabem em campos de concentração e que sejam caçados e mortos pelos nazis, com ou sem uniforme.

Os políticos alemães consideram uma ameaça ao seu rico mundo dos brancos xs poucxs queridxs que conseguem atravessar a fronteira grega vivxs. Assim, por exemplo, o ex-ministro do Interior alemão, Friedrich, exige controlos de fronteira mais fortes e medidas mais duras contra aquelxs que, por causa da exploração dos locais onde vivem pelas sociedades ocidentais, são forçadxs a fugir da guerra, da fome e da repressão. O apoio prático desse assassinato em massa  que ocorre nas fronteiras europeias  é visível a todxs quando detetives do Gabinete Federal de Polícia Investigativa Criminal da Alemanha (BKA) estão colocados em aeroportos gregos, a fim de passar o seu conhecimento da Discriminação Racial aos seus colegas gregos. O aparelho governamental alemão tem apoiado os assassinatos nas fronteiras europeias não apenas através do envio de pessoal como também através da pressão para acordos a nível europeu, como o Regulamento de Dublim II.

A 10 de Agosto de 2013, um motim eclodiu em Amygdaleza, um campo de concentração, localizado a 25 km ao norte de Atenas, onde os imigrantes são mantidos em cativeiro pelo Estado grego. Os prisioneiros deitaram fogo aos seus colchões e celas para protestar contra as condições do campo; os guardas foram atacados e muitos imigrantes tentaram sair da prisão – cerca de dez prisioneiros escaparam temporariamente.

Solidariedade aos e às prisioneirxs

Saudamos os prisioneiros Andreas-Dimitris Bourzoukos, Dimitris Politis, Yannis Michailidis, Nikos Romanos, que foram presos no dia 1 de Fevereiro de 2013, acusados de duplo assalto em Velventós, Kozani.

A nossa solidariedade vai também para Fivos Harisis, Argyris Ntalios, Yannis Naxakis e Grigoris Sarafoudis, que foram detidos pelo mesmo caso [2] em Nea Filadelfeia, Atenas.

Força e coragem para os nossos irmãos e irmã, Damiano Bolano, Haris Hadjimihelakis, Giorgos Polydoros, Panagiotis Argyrou, Theofilos Mavropoulos, Christos Tsakalos, Giorgos Nikolopoulos, Michalis Nikolopoulos e Olga Ekonomidou. [3]

Solidariedade a
Tasos Theofilou
Theofilos Mavropoulos
Mónica Caballero
Francisco Solar

Liberdade para todxs xs prisioneirxs!

Em memória de Sebastián Oversluij, que caiu na batalha contra o sistema capitalista. Liberdade para Hermes González e Alfonso Alvial. Liberdade para Tamara Sol!

Força, vigor e coragem para todas as pessoas que estão a lutar. Para todos os imigrantes que partem para romper a Fortaleza Europa. Para todxs aquelxs que têm caído. Todxs xs sem nome. Todxs aquelxs que lutam contra os porcos nas ruas de Atenas.

Contra a construção de fronteiras e nações. Contra prisões! Pela liberdade! Pela anarquia!

Células Autónomas “Christos Kassimis”

Christos Kassimis [membro de Luta Popular Revolucionária (ELA)] foi morto pela bófia emuma Atenas, durante uma tentativa de ataque à empresa AEG alemã no dia 20 de Outubro de 1977. A ação foi uma resposta ao assassinato de prisioneiros [três membros do RAF] em Stammheim.
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Notas dxs tradutorxs: [1] traduzimos as palavras do Alemão da melhor maneira possível, no entanto a origem exata desta citação é desconhecida para nós; [2] para o caso de Velventós, Fivos Harisis e Argyris Ntalios (não para todos os quatro); [3] aparentemente, o nome do Gerasimos Tsakalos foi inadvertidamente omitido.