Às vezes é difícil de digerir que tantas pessoas possam conformar-se com um mundo como este. Todos os dias tropeçamos em tremendas injustiças, no entanto reina a paz social… O ser humano é uma criatura curiosa e há que admitir que a sua capacidade de adaptação não tem limites. Mas, de vez em quando, mesmo que todo o contexto pareça desfavorável, ocorre o contrário. Um curto-circuito na máquina democrática de pacificação. São os momentos em que algumas pessoas, às vezes sozinhas, às vezes com milhares de outras, decidem tomar o caminho da revolta. São belas surpresas que nos dão força para continua.
Em 6 de Dezembro de 2011, a polícia havia agendado a evacuação de um terreno municipal na área de Viña Cue, na região de Assunção. Dois dias antes, cerca de 400 pessoas ocuparam o loca para construir habitações. Estavam lá as forças repressivas Carlos Filisola [Frente Guasu], num total de 600 homens: 90 anti-motins, 35 a cavalo, 450 regulares, alguns oficiais de justiça e 2 carros de canhões de água. Aparentemente, os ocupantes não compartilhavam o ponto de vista do Estado… Em vez de sair de cabeça baixa e ceder perante a intimidação policial, decidiram lutar.. seguiram-se cinco horas de violentos combates entre as forças repressivas e centenas de ocupantes encapuçados de todas as idades e sexos. Paus com pregos, pedras contra balas de borracha, cocktails molotov e petardos contra a polícia.
Por fim conseguiram desalojar o terreno, mas os confrontos continuaram no bairro; moradores afirmaram que a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo em casas, visando qualquer coisa em movimento. Mas a repressão, claro, tem muitas faces: depois da violência policial, a imprensa e o aparelho judicial começaram o seu trabalho de criminalização. 27 pessoas foram detidas e acusadas.Outras tantas têm ordem de captura.
Solidariedade com os revoltosos de Viñas Cue!
Libertação imediata dos 27 detidos!
aqui a quarta edição da revista de contra-informação