27 de agosto de 2013 – Reivindicação do grande incêndio numa galeria de tiro da polícia e do ataque a carros de segurança privada:
Na noite de 26 de Agosto, o nosso objetivo era a galeria de tiro da polícia (em construção) em Black Rock Quarry (Portishead), situada por baixo da sede regional da polícia de Avon e Somerset e, quando a deixámos, as chamas ardiam bem alto. As instalações destinam-se às forças policiais de todo o sudoeste.
Depois de subir ao estaleiro da construção, usámos um acelerador para queimar os cabos elétricos principais em cinco pontos de distribuição do complexo, borrifámos e ateámos fogo a uma plataforma de mecanismos e cabos elétricos. Passadas mais de doze horas, o fogo ainda continua ativo. Desenhou-se um sorriso na nossa face, ao constatarmos como é fácil entrar no seu clube de tiro e assinar que se fodam precisamente na pança da besta, sendo uma raposa curiosa a nossa única testemunha.
Nessa mesma noite, outros de nós atacaram com decapante dois carros e estouraram as suas rodas, perto de St George (Bristol), um da empresa de segurança privada G4S e outro de Amey. Em Inglaterra e por todo o mundo, a G4S proporciona serviços prisionais e de segurança, tirando proveito de vários aspectos da sociedade carcerária. Amey, juntamente com a GEO, transporta presos/as, em Inglaterra e no País de Gales, gerindo os julgados em Bristol e North Somerset.
Nas cidades à nossa volta, o confinamento aumenta; há uma crescente atmosfera geral de medo e impotência; mais e mais vigilância e agentes de segurança com algemas aparecem diante de mais portas. A tensão cresce em todo o mundo visto as pessoas perderem a fé no sistema. Em resposta a esta insegurança, o estado vai militarizando a polícia com armas de fogo, drones (aviões de control remoto) e armas “não-letais” que frequentemente matam. Por sua vez, é criada a figura preventiva do “polícia brando” com os oficiais a apoiar a comunidade, com equipas de assistência e outras, que se encaixam mais numa imagem democrática. Inclusivé, até mesmo recebendo ajuda de esquerdistas como John Drury de Aufheben, com as suas contribuições em técnicas de controlo de multidões e possuíndo o mesmo medo das classes dominantes ao ingovernável. O Estado britânico é líder em técnicas de contra-insurgência. A sua maestria é o resultado de gerações de colonização brutal, como na Índia, no Quênia e, até hoje, na Irlanda.
Dois anos após os importantes tumultos do Reino Unido, acreditamos que se abriu uma porta significativa para a rejeição, à larga escala, radical e combativa, da nossa existência diária. Para aqueles que tomaram as ruas, foi uma lufada de ar fresco nas masmorras, um lembrete de que a invasão e controle não estão completos. Apesar da apatia e do isolamento terem sido restabelecidos, continuamos a atacar. A polícia e a indústria da segurança privada são especialistas em fazer-nos sentir impotentes nas nossas próprias vidas e estes ataques ajudam, consideravelmente, a vencermos esse sentimento.
Esta é também a nossa maneira de assinalar os dois anos já em que o anarquista Badger (“Texugo”) de Bristol continua a iludir a sua captura, após os motins. Segue livre e a lutar!
A propósito, a noite de nossa ação coincidiu com o início do abate planeado de texugos selvagens, no sudoeste do Reino Unido. Tentando facilitar o sacrifício e parar a resistência, a polícia reforça os interesses da indústria agrícola e das classes dos proprietários de terras. Esperamos que esta seja uma das muitas transgressões contra essa matança. Porque o estado e as forças de segurança corporativas fazem parte integrante deste mundo de exploração e autoridade.
Os melhores cumprimentos ao anarquista grego Kostas Sakkas que está a recuperar de uma greve da fome para a sua libertação da prisão preventiva, após 30 meses sequestrado.
A luta vai continuar até tudo ser selvagem e livre.