Juntemos-nos a 22 de Janeiro de 2016
A 22 de Janeiro de 2016 será o primeiro ano de um dia de ação pelxs prisioneirxs trans: um dia internacional de ação em solidariedade com prisioneirxs trans.
Esta é uma chamada à ação contra o sistema que exclui a nossa existência. A sobrevivência de pessoas trans e outras minorias sexuais não faz parte do léxico comum sendo a luta que empreendemos para viver num mundo decidido a nos marginalizar, desumanizar e criminalizar – especialmente às mulheres trans e às pessoas trans nativas, negras e latinas.
Discriminam-nos em todos os âmbitos da sociedade, incluindo a habitação, saúde e emprego. A nossa sobrevivência é sempre precária e muitxs de nós sobrevivemos com um trabalho criminalizado também ele, tornando-nos mais um alvo para o assédio policial e o crime de “caminhar sendo trans”.
Uma vez encarceradas, as pessoas trans são confrontadas com a humilhação, o abuso físico e sexual, a negação de suprir as suas necessidades médicas e as represálias legais. Muitas das pessoas trans são postas em confinamento solitário durante meses ou anos, só por serem trans. As mulheres trans são postas geralmente em prisões de homens – onde existe um risco maior de sofrer violência sexual.
Da mesma forma as suas vidas são violentamente reprimidas lá fora e atrás dos muros – as pessoas trans experimentam o sofrimento e a morte atrás dos muros das prisões, no interior das cadeias, prisões, centros juvenis e centros de detenção para imigrantes.
O dia de ação pelxs prisioneirxs trans de 22 de Janeiro é um dia para reconhecer as experiências de pessoas trans e de outras minorias sexuais. Tem a ver com colaboração. Como forjar novas relações e desmantelar o isolamento da prisão. Tem a ver com a resistência à violência estatal. É sobre a solidariedade entre aquelxs que experimentam a violência do sistema em primeira mão e para aquelxs a quem o estado ainda não encontrou.
Muitos grupos abolicionistas e de apoio a presxs de todo o mundo fazem um excelente trabalho ao escreverem cartas a prisioneirxs, educando o público com cartas a editores e artigos para os media – levando a cabo protestos e marchas, a organização das comunidades queer para se fazer chamadas de massas e para exigir que xs presxs trans sejam tratadxs com respeito e dignidade além do fim da sua detenção. O dia de ação pelas pessoas trans tem como objetivo tornar acessível esta atividade a qualquer pessoas que queira apoiar – animamos-vos a fazerem vigílias para todxs aquelxs que nas nossas comunidades sofreram a violência estatal, a celebrar um evento, fazer palestras, projectar vídeos e realizar oficinas para difundir o tema das experiências dxs presxs trans, compartilhar conhecimentos e construir estratégias de resistência. Fazer festas e recolher fundos para as pessoas e grupos que já estão a levar a cabo um trabalho incrível. Atuemos. Unamos-nos e mostremos a nossa convicção de nos apoiarmos uns/umas aos/às outrxs, pondo fim às prisões de uma vez por todas.
Este projecto foi imaginado por Marius Mason, prisioneiro trans do Texas, Estados Unidos. Desde aí, através dxs seus/suas amigxs e do seu grupo de apoio, um coleticvo internacional de pessoas – dentro e fora dos muros das prisões – uniu-se para fazer do dia de ação pelxs prisioneirxs trans uma realidade. Somos pessoas trans e não-trans, amigxs e simpatizantes. Unimos-nos, naquilo que já é uma larga tradição para pessoas queer e trans que resistem à violência estatal.
Une-te a nós na luta pela liberdade.
Aqui podes descarregar o cartaz da chamada em pdf