Sexta-feira, 30 de Janeiro, Santiago 2015.
Na tarde de uma sexta-feira de Janeiro interrompemos a tranquilidade (da República) de Las Condes, frente à embaixada da Grécia. Perante o pasmo de alguns curiosos e de um polícia que ficou imóvel, colocámos duas faixas nas grades e cortámos o trânsito com outra faixa, lançámos panfletos, acendemos uma luz de bengala e lançámos pirotecnia, enquanto se lia um texto, tudo isto em solidariedade com xs nossxs companheirxs presxs no Estado grego e com uma piscadela solidária aos/às companheirxs presxs em território espanhol.
Antes de ser dado um pequeno resumo do que está a suceder nestes territórios de outro continente, deixamos aqui o texto que se leu publicamente:
Tanto o fim de 2014 como o começo de 2015 foram marcados por duas tentativas de apaziguar a luta contra o Estado/Prisão/Capital. O Estado espanhol desatou a “Operação Pandora”, encarcerando compas nos meios próximos dxs companheirxs Mónica Caballero e Francisco Solar – que se encontram presxs no dito território – deixando bem claro que qualquer gesto solidário será marcado como um “ato terrorista”. Por outro lado, o Estado grego deu início à transferência de presos para as prisões do Tipo C de Domokos, um novo centro de extermínio desenhado para isolar os presos revolucionários. Frente a esta situação não podemos ficar imóveis, por isso a nossa chamada é para propagar a solidariedade ativa e combativa. Fogo às fronteiras: Liberdade aos/às presxs anarquistas de Espanha e Grécia.
Durante o ano de 2014 iniciou-se a implementação de um novo projeto de lei que considerava a categorização dos presos em A, B e C. Esta última categoria considera aquelxs que foram condenadxs por roubo, extorsão (quando participem em organização ilícita), presos políticos ou aquelxs que se consideram perigosxs, presos que tenham que cumprir de 10 anos até prisão perpétua, e também quem participar em motins dentro da prisão.
Este novo projeto tem como objetivo restringir visitas, chamadas e a comunicação em geral, fazendo do isolamento a sua melhor arma para combater aquelxs que se declararam como inimigxs do Estado/Capital, tendo para isso sido necessário a construção de uma nova estrutura prisional que pudesse sustentar este novo projeto que tenta amainar a luta armada que não foram capazes de aniquilar.
No princípio deste ano, quando o ambiente se encontrava adormecido pelas celebrações, o Estado Grego começou a transferir prisioneirxs revolucionárixs para as recém-inauguradas prisões de tipo C de Domokos. A sua intenção de passarem despercebidxs não surtiu efeito, gerando múltiplas respostas na Grécia e em todo o mundo.
Por outro lado, no dia 16 de Dezembro de 2014 em Espanha foi desatada a Operação Pandora, fazendo buscas em casas e detendo 11 companheirxs anarquistas; dxs 7 que ficaram em prisão preventiva, todxs elxs foram acusadxs pelo Estado espanhol de pertença a “bando terrorista” isto pela colocação de diversos engenhos explosivos.
Atualmente, xs companheirxs encontram-se em liberdade vigiada, após pagarem uma fiança de 3.000 euros, enquanto o seu processo judicial continua, pelo que ainda têm limitação nacional nas suas deslocações e também se devem apresentar nos julgados várias vezes por semana.
Este novo ato do Estado espanhol estava dirigido a um meio específico, o de quem se solidarizava diretamente com xs companheirxs Mónica Caballero e Francisco Solar.
Com isto, e para finalizar, queremos que se entenda que a solidariedade revolucionária internacional é necessária para a construção de vínculos que permitam obter feedback, apoiarmos-nos e logicamente gerar laços que nos tornem resistentes aos embates do poder; também para aguçar ideias e sobretudo práticas que nos façam dar cada vez mais golpes certeiros e que façam do confronto ao Estado/Capital algo quotidiano e cada vez mais ameaçador.
Chamamos para ser ativada a solidariedade combativa com xs companheirxs detidxs na Espanha e na Grécia, para que se multiplique cada gesto, ação ou manifestação; é claro que ninguém está sózinhx, que nenhuma intenção do poder para nos calar terá êxito, que as fronteiras não serão obstáculos porque nesta guerra estamos decididxs, assim o demonstra cada companheirx que resiste na prisão diariamente com dignidade, orgulhosx da luta que decidiu dar. Pela nossa parte demonstraremos nas ruas a agitação, propaganda e difusão, assim como faremos também da conspiração um exercício constante.
Enviamos uma calorosa saudação aos/às companheirxs detidxs da Organização Luta Revolucionária, aos/às companheirxs da Conspiração de Células de Fogo e aos/às anarquistas expropriadorxs que resistem na prisão, nos ditos territórios.
Solidariedade Internacional e Revolucionária:
Fogo às Fronteiras: Liberdade aos/às Presxs!!
Alguns/Algumas Afins pela Anarquia.
Coletivo Luta Revolucionária.
Núcleo Acrata Alexandros Grigoropoulos.