Há dias, de passagem pela cidade de Maldonado (território controlado pelo estado uruguaio) entre tantas câmaras de vigilância, polícias, devoção pelo dinheiro e cidadãos – robots aspirantes a burgueses (em termos económicos porque quanto a valores já o são!) encontramos-nos perante um graffiti em solidariedade com o bosque de Hambach, em território alemão – o qual está a ser ameaçado de ser arrasado na sua totalidade para o arranque de uma mina de carvão (lenhite) propriedade da multinacional RWE e onde há anos que se vem acampando e resistindo à sua devastação. Nesse graffiti também estava escrito “fora UPM” como recusa à futura instalação da 3ª fábrica de celulose em território uruguaio. Assumimos que o lugar onde se fizeram os graffitis não foi escolhido por uma questão de sorte já que pertence a uma loja comercial da UTE – o que fez que não só criássemos afinidade com o que estava escrito, mas que nos tenha ocorrido realizar aí a nossa contribuição para a guerra contra a sociedade tecno – industrial. Assim, procedemos à recolha dos materiais necessários para atacar a pata energética que permite que esta repugnante civilização continue a funcionar.
Altas horas da madrugada de 8 de Dezembro – com Alexis Grigoropoulos e o Pelao Angry na memória, com o coração a bombar fortemente nos nossos peitos pelos nervos/medos/raiva – quebrámos uma montra da dita loja e atirámos para dentro uma garrafa cheia de combustível que, por um erro nosso (não humedecemos suficientemente a mecha e esta apagou-se ao atirá-la) não teve as consequências desejadas. Aprendizagens para a próxima sabotagem! De qualquer modo, não temos dúvida de que, no dia seguinte, não deve ter sido um dia mais, algo quisemos deixar claro, nem todxs vão abaixar a cabeça e ficar paralisadxs perante a destruição da terra! Há quem procure quebrar os seus vidros, máquinas, o seu cimento, as suas lógicas, os seus truques, as suas manias da superioridade e, sobretudo, a sua apatia generalizada.
Como cada ação que provoca sorrisos cúmplices em quem se encontra atrás das grades ou que se encontram perseguidxs em qualquer canto do mundo – quebrando assim o isolamento que lhes querem impôr – también isto vai para vocês! força e verticalidade, não estão sós! E bem sabemos que nas ruas não estão todxs!
Quebra as tuas próprias barreiras, vence xs teus medxs e não esperes por nada, ataca-os como te seja possível!
Bando de aves migratórias
em espanhol