Em Paris, no passado dia 26 de Janeiro, os fascistas organizadores da manifestação “dia de cólera” reuniram aí muitos dos seus militantes.
Eles desfilaram com slogans claramente antisemitas e saudações nazis. Grupos neonazis (caso das juventudes petainistas) estavam ao lado de responsáveis políticos da Frente Nacional bem como de numerosos representantes de movimentos claramente fascistas: monárquicos, extremistas religiosos, negacionistas [desmentem o holocausto pelos nazis], antisemitas, homofóbicos…
Quase todos os ativistas antifa foram apanhados de surpresa por esse evento, visto os organizadores não terem revelado, antes do dia D, os seus verdadeiros rostos.
Estes mesmos fascistas renovam agora a sua chamada, organizando manifestações para 5 de Abril próximo, em todas as grandes cidades de França.
Perante isto, chamamos claramente para se organizarem contra-protestos, no mesmo dia, a fim de bloquear o fascismo.
Os grupos fascistas estão armados, organizados e são extremamente violentos – já provaram isso em inúmeras ocasiões – o exemplo recente mais conhecido, em França, é o assassinato do companheiro Clément Méric, que infelizmente não foi a única vítima.
Em relação aos últimos anos, eis a lista dos companheiros antifa assassinados:
Silvio Meier: Novembro de 1992, Alemanha
Lin Newborn / Daniel Shersty: Julho 1998, EUA
Carlo Giuliani: Julho de 2001, Itália
Davide Cesare: Março de 2003, Itália
Nikolai Girenko: Junho de 2004, Rússia
Timur Kacharava: Novembro de 2005, Rússia
Alexander Ryukhin: Abril de 2006, Rússia
Ian Kucira: Janeiro de 2007, Polónia
Ilya Bondarenko: Julho de 2007, Rússia
Carlos Palomino: Novembro de 2007, Espanha
Jan Kucera: Janeiro de 2008, República Checa
Aleksey Krylov: Março de 2008, Rússia
Fyodor Filatov: Outubro de 2008, Rússia
Ivan Khutorskoi: Novembro 2009, Rússia
Ilya Dzhaparidze: Junho de 2009, Rússia
Kostja Lunkin: Maio de 2010, Rússia
Clément Méric: Junho de 2013, França
Pavlos Fyssas: Setembro de 2013, Grécia
Além disso, os grupos fascistas têm ligações com a polícia e os serviços militares e apoio evidente a partir deles. Na maioria dos casos, quando algumas prisões ocorrem, estas não são mais do que uma cena de teatro para diversão das pessoas bem intencionadas, através dos meios de comunicação de massa. A realidade é bem diferente: enquanto os nossos companheiros anarquistas são submetidos a extrema repressão nas mãos dos Estados capitalistas, os fascistas são rapidamente libertados sem preocupações. Por exemplo, o neonazi Martial Roudier, presidente do CEPE (comité de apoio para Esteban Morillo, assassino de Clément Méric), foi condenado a 4 anos de prisão por esfaquear o companheiro Thomas, na cidade de Nîmes, em 2008. Será que são estes os mesmos padrões que ameaçam aplicar aos companheiros Mónica e Francisco?
Escusado será dizer que o fascismo é uma extensão degenerativa do capitalismo, que está sempre inclinado a proteger os seus melhores amigos.
Esta degeneração fascista na França, assim como em toda a Europa, começou há muito tempo. Em França, enquanto a direita liberal da União por um Movimento Popular (UMP) manifesta claramente opiniões extremistas de direita e forja alianças, mais ou menos encobertas, com o partido de extrema-direita Frente Nacional, a esquerda liberal do Partido Socialista (PS) no poder, que já não tem nada de socialista, combate a Frente Nacional com palavras por si só, na medida em que os incentiva, com lamentáveis ações para fins eleitorais.
Sob estas condições, e por todas estas razões, afirmamos que uma luta pacifista contra grupos fascistas não só seria fadada ao fracasso, como também seria completamente improdutiva , pois é politicamente recuperável pelos partidos no poder.
Acrescentemos a isso que Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional, pediu ao ministro do interior francês, Manuel Valls, para dissolver os grupos antifascistas. Isso reforça a nossa crença de que grupos de ação direta só podem realmente assustar fascistas, e que representam a única, possível e credível, resistência.
A história dos anos 30 já nos mostrou que o pacifismo não é senão um sinal de fraqueza, e que a propaganda eleitoral leva ao pior. É tempo de respondemos de forma organizada e radical ao fascismo.
Mais do que nunca, a voz de Durruti deve fazer-se ouvir:
“Existem apenas dois caminhos, a liberdade para a classe trabalhadora ou a vitória dos fascistas, o que significa tirania. Ambos os combatentes sabem o que espera o perdedor. Estamos prontos para acabar com o fascismo de uma vez por todas, mesmo apesar do governo republicano.”
GADI. Grupo Ação Direta Internacional.
Sem comentários “França: Comunicado do GADI – Chamada para as contra-manifestações antifa a 5.4.2014”
Em 1989, em Portugal, é assassinado por um grupo de nazis, José Carvalho ficando feridos outros dois, durante um evento e campanha antimilitarista.
http://www.youtube.com/watch?v=-cU7YgTmSXg
http://www.youtube.com/watch?v=Asaqrut4DgE
Em 2011, no Brasil, Johni Raoni Falcão Galanciak, ou simplesmente Johni, é assassinado por um bando de meonazis. Era dos mais expressivos integrantes do cenário punk de São Paulo, anarquista.
http://www.meunomejohni.com.br/historia